Política

Fim da aliança entre PT e PSB no Rio inviabilizaria Freixo e prejudicaria Lula, avalia cientista político

Partidos entraram em conflito após os pessebistas homologarem a candidatura de Molon ao Senado; petistas lançaram André Ceciliano para a disputa

Lula, Marcelo Freixo, André Ceciliano e Alckmin. Foto: Ricardo Stuckert
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Uma ruptura entre PT e PSB no Rio de Janeiro inviabilizaria a candidatura de Marcelo Freixo (PSB) para governador e atrapalharia muito o desempenho do ex-presidente Lula (PT) no estado. A avaliação é do cientista político Josué Medeiros, da UFRJ.

A possibilidade de pôr fim à aliança entre os partidos veio à tona após o PSB homologar o nome de Alessandro Molon para disputar uma vaga no Senado. A decisão gerou forte impacto no PT, que acusa os pessebistas de descumprirem o acordo pelo qual André Ceciliano (PT) seria o postulante à Casa Alta.

“O Lula perderia um palanque bastante organizado e o Freixo perderia o cabo eleitoral e a perspectiva de vencer as eleições”, disse Medeiros a CartaCapital. “Ter um palanque organizado é muito importante para Lula neste cenário em que o Bolsonaro diminui a diferença no Rio, em Minas e em São Paulo”.

Pesquisa Ipec divulgada nesta semana indica empate técnico na disputa entre Cláudio Castro (PL) e Freixo. O atual governador e candidato à reeleição marca 19% das intenções de voto, ante 13% do deputado federal. A diferença de Lula para Bolsonaro é de 7 pontos.

Um dia depois da confirmação da chapa do PSB, o PT fluminense decidiu adiar a convenção estadual marcada para a próxima segunda-feira 25, a fim de que a Executiva Nacional da sigla delibere sobre o impasse. No estado, há lideranças petistas que defendem o fim da aliança.

“Atrapalha a campanha do Lula. É uma chapa-âncora, que prende a desenvoltura da gente na eleição, nos atrapalha muito”, disse Washington Quaquá, vice-presidente nacional da legenda. “O Lula precisa isolar Bolsonaro no Rio”.

Nesta sexta-feira 22, Ceciliano divulgou um vídeo em que Lula confirma que o único candidato apoiado por ele para o Senado é o petista.

“Eu estou dizendo para vocês porque vocês já sabem que o Freixo é governador, que nós temos muitos deputados, mas é importante eleger senador”, afirmou o ex-presidente. “E nós só temos um! O senador que nós temos no Rio de Janeiro é André Ceciliano, atual presidente da Assembleia Legislativa”, acrescenta.

Para Medeiros, uma única candidatura do campo progressista faria frente ao senador Romário (PL), que busca a reeleição. O pré-candidato pelo partido do presidente Jair Bolsonaro, segundo o Ipec, tem 30% das intenções de voto.

Na sequência, aparecem Marcelo Crivella (Republicanos), com 11%,  Molon (PSB), com 9%,  Clarissa Garotinho (União Brasil) e Daniel Silveira (PTB), com 6% cada, Ceciliano, com 4%, e Ivanir dos Santos (PDT), com 1%.

“A tragédia desta situação é que ela inviabiliza uma perspectiva de vitória. O Molon tem o voto progressista tradicional, da zona sul e classe média. Já o Ceciliano tem uma ampliação para os votos populares”, analisa o cientista político. “Os dois separados tendem a morrer na praia e a facilitar uma vitória da direita”.

Sobreo cenário no Rio de Janeiro, o programa Direto da Redação, no Youtube de CartaCapital, recebe às 18h o deputado estadual e vice-presidente do PSB no Rio Carlos Minc.

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