Política
Fardado, Mauro Cid fica em silêncio durante depoimento na CPMI do 8 de Janeiro
Ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro fez apenas declarações iniciais e não respondeu as perguntas elaboradas pela Comissão


O ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, optou por ficar em silêncio durante o seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito no Congresso, nesta terça-feira 11.
Diferente do coronel Jean Lawand Júnior, que compareceu à Comissão em trajes civis, Mauro Cid se apresentou fardado em sua oitiva.
Nas declarações iniciais, Cid justificou que se manteria em silêncio visto que é investigado pelo Supremo Tribunal Federal em oito inquéritos, cujos assuntos se misturam com a apuração da Comissão.
“Em razão do escopo de tudo que eu estou sendo investigado, vou seguir a orientação da minha defesa técnica, baseado no habeas corpus, me manterei em silêncio”, respondeu às perguntas direcionadas a ele.
No mês passado, a ministra Cármen Lúcia, determinou que Mauro Cid fosse obrigado a prestar depoimento à comissão, mas permitiu que o militar ficasse em silêncio para não produzir provas contra si.
No único momento em que fez o uso da palavra, na manifestação inicial, o aliado do ex-capitão apontou que a sua nomeação à Ajudância de Ordens não teve ingerência política e que os indicados a cumprir a função são escolhidos pelo Exército.
Nas mesmas declarações, que duraram cerca de 8 minutos, ele também se mostrou descontente com a prisão. Cid está preso desde o dia 3 de maio por acusações de fraude em cartões de vacinação. Em seu celular foram encontradas trocas de mensagens em tons golpistas que sugeriam o acionamento do artigo 142 da Constituição Federal e a instituição de um suposto Estado de Defesa no País.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Mauro Cid e os vampiros da democracia
Por Carla Jimenez
Moro minimiza trama golpista no celular de Cid: ‘Se criminalizar mensagens de WhatsApp, ia prender meio Brasil’
Por Caio César