Política
Falar em intervenção na Petrobras é ‘especulação e desinformação’, diz Prates
Decisão de adiar a distribuição de dividendos extraordinários rendeu críticas à liderança da estatal


O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, criticou nesta quarta-feira 13 o que ele chamou de “especulação e desinformação” sobre a empresa. As falas são após acusações de que o governo estaria intervindo na estatal com a decisão de adiar a distribuição de dividendos extraordinários.
Segundo Prates, falar em “intervenção na Petrobras” é querer “ampliar dissidências”. “É preciso de uma vez por todas compreender que a Petrobras é uma corporação de capital misto controlada pelo Estado Brasileiro”, disse.
O presidente explicou que, por isso, as decisões do Conselho de Administração não podem ser apontadas como intervenções. “É o exercício soberano dos representantes do controle da empresa”.
“Somente quem não compreende (ou propositalmente não quer compreender) a natureza, os objetivos e o funcionamento de uma companhia aberta de capital misto com controle estatal pode pretender ver nisso uma intervenção indevida”, completou.
A decisão que impediu o pagamento dos dividendos extraordinários partiu do Conselho de Administração da Petrobras, controlado, majoritariamente, pelo governo federal, maior acionista da empresa.
Repasse abaixo do esperado
O valor a ser repassado é de cerca de 14,2 bilhões de reais referentes ao último trimestre do ano passado.
Graças a uma mudança feita no ano passado, a companhia reduziu o percentual do fluxo de caixa livre que distribuía aos acionistas. Dos 60% que estavam vigentes desde 2011, o percentual caiu para 45%.
O montante é abaixo do que os investidores esperavam. A Petrobras justificou a medida como uma forma de manter a sustentabilidade financeira da empresa. O corte nos dividendos gerou desgaste de Prates em Brasília.
Lula, porém, minimizou o impasse, alegando se tratar de uma ‘choradeira do mercado’. Fernando Haddad, ministro da Economia, também apontou pouco efeito da redução nas contas do governo, maior acionista da empresa.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Comissão do Senado aprova convocação de presidente da Petrobras para esclarecer pagamento de dividendos
Por CartaCapital
Quem é Rafael Dubeux, o indicado do governo para o Conselho da Petrobras
Por Camila da Silva