Justiça

Fachin anula condenação de Randolfe por chamar Otávio Fakhoury de criminoso

A sentença, de agosto de 2023, decorreu de uma entrevista concedida pelo senador em 2021, em meio aos trabalhos da CPI da Covid

Fachin anula condenação de Randolfe por chamar Otávio Fakhoury de criminoso
Fachin anula condenação de Randolfe por chamar Otávio Fakhoury de criminoso
Líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin anulou a condenação do senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) por chamar de “criminoso do pior tipo” o empresário Otávio Fakhoury.

A condenação, de agosto de 2023, decorreu de uma entrevista concedida por Randolfe em 2021, em meio aos trabalhos da CPI da Covid.

“Senhor Fakhoury, estou lhe chamando de criminoso, porque o senhor é criminoso. E do pior tipo”, disse o parlamentar, na ocasião. “Entre eles, reina a hipocrisia. Reina a hipocrisia, porque o que eles faziam? Eles faziam propaganda antivacina, eles pediam para as pessoas não se vacinarem. Eles espalhavam fake news.”

Ao derrubar a sentença da 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, Fachin afirmou haver uma “evidente tolerância” por parte da Constituição com a liberdade dos congressistas de expressar suas opiniões.

“Essa tolerância se justifica para assegurar o livre exercício das funções parlamentares, as quais se justificam pois são meios para o proteção de bens mais relevantes, tais como a República e a democracia”, escreveu o ministro, na segunda-feira 7.

Segundo Fachin, mesmo quando se enquadram em tipos penais, as palavras de parlamentares estão cobertas pela imunidade material, desde que guardem alguma relação com suas funções no Congresso. À época da entrevista, Randolfe era o vice-presidente da CPI da Covid.

Em depoimento à comissão em setembro de 2023, Fakhoury endossou seu negacionismo e confirmou que ele e seus familiares não haviam se vacinado, sob argumentos utilizados pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL). Acusado de disseminar notícias falsas sobre a pandemia, o empresário foi incluído na lista de indiciamentos sugeridos pelo relatório da CPI, por incitação ao crime.

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