Fábio Faria está arrependido de entrevista sobre inserções em rádio, diz colunista

De acordo com o ministro, a ideia de dialogar com o TSE teria "desandado" quando bolsonaristas começaram a pedir o adiamento do segundo turno

O ministro Fábio Faria. Foto: Alan Santos/PR

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O ministro das comunicações, Fábio Faria, estaria “profundamente arrependido” de ter convocado uma coletiva de imprensa na última segunda-feira 24 para denunciar que rádios do Nordeste estariam supostamente prejudicando a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao não veicular as inserções eleitorais. As informações são da coluna Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo.

“Me arrependi profundamente de ter participado daquela entrevista coletiva. Se eu soubesse que [a crise] iria escalar, eu não teria entrado no assunto”, disse.

Segundo a coluna, a intenção de Faria seria propor um acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (PL) para que o problema fosse resolvido. “A falha era do partido, que percebeu o problema tardiamente, e não do tribunal. Como havia pouco tempo para o TSE fazer uma investigação mais aprofundada, eu iniciei um diálogo com o tribunal em torno do assunto”, completa.

De acordo com o ministro, a ideia de dialogar com o TSE teria “desandado” quando bolsonaristas começaram a pedir o adiamento do segundo turno, previsto para o próximo domingo 30. “Eu fiquei imediatamente contra tudo isso. Fui o primeiro a repudiar. Isso prejudicaria o presidente Bolsonaro”, afirma.

No dia 24, ele e Fábio Wajngarten, coordenador da campanha bolsonarista, convocaram a imprensa para uma coletiva no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República. Lá, eles afirmaram que uma auditoria feita pelo PL teria constatado o problema. No mesmo dia, o presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, disse que o pedido não tinha base e cobrou apresentação em 24 horas de “prova e/ou documento sério”.


Dias depois, em uma decisão monocrática, Moraes rejeitou o pedido de investigação sob a justificativa de que o pedido apresentado pela coligação bolsonarista não tinha provas e se baseava em um levantamento feito por uma empresa “não especializada em auditoria”.

O ministro ainda pediu que o Ministério Público Eleitoral investigue se houve cometimento de crime eleitoral com o objetivo de tumultuar as eleições e pediu para que o caso fosse analisado no âmbito do inquérito das Milícias Digitais, que tramita no Supremo Tribunal Federal.

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