Política

Exército decide não punir Pazuello por participar de ato com Bolsonaro

Procedimento administrativo contra ex-ministro, que é general da ativa e portanto proibido de participar de atos políticos, foi arquivado

Exército decide não punir Pazuello por participar de ato com Bolsonaro
Exército decide não punir Pazuello por participar de ato com Bolsonaro
O então presidente Jair Bolsonaro, em ato no Rio de Janeiro, junto ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Foto: Fernando Frazão/Agencia Brasil
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O general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, comandante do Exército Brasileiro, decidiu não punir o ex-ministro da Saúde e também general da ativa Eduardo Pazuello por ter comparecido a um ato político junto ao presidente Jair Bolsonaro no dia 23 de maio.

Em nota, o Exército afirma que, após o comandante ter analisado argumentos apresentados por escrito e em depoimento oral de Pazuello, “não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar” por parte do ex-ministro. “Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado”, conclui o informe.

A participação de militares da ativa em atos político-partidários é proibida pelo Regulamento Disciplinar do Exército. Na ocasião, o ex-ministro compareceu a um ato com Bolsonaro e motociclistas dias após depor na CPI da Covid, do Senado. Em um carro de som, o ministro discursou para os presentes sem máscara, assim como os demais.

 

Em sua defesa, Pazuello alegou ter sido surpreendido com o pedido para subir em um carro de som ao lado de Bolsonaro. O general também destacou que não é filiado a nenhum partido e disse que o País não vive um período eleitoral.

A possibilidade de punição por parte do Exército chegou a ser aventada pelo vice-presidente Hamilton Mourão, também general. “Eu já sei que o Pazuello entrou em contato com o comandante informando ali, colocando a cabeça dele no cutelo, entendendo que ele cometeu um erro”, comentou Mourão no dia seguinte ao ato.

Para o ex-ministro da Secretaria de Governo Carlos Alberto Santos Cruz, o ato representou um “mau exemplo” também caracterizado como “irresponsável e perigoso”. “De soldado a general tem que ser as mesmas normas e valores. Desrespeitam a instituição. Péssimo para o Brasil” escreveu Santos Cruz.

Nesta semana, Pazuello foi admitido a um novo cargo junto ao Palácio do Planalto, na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

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