Política

Executiva do PSB quer decidir substituto de Campos quarta-feira

Reunião deve acontecer só após missa de sétimo dia de Campos, marcada para terça, mesmo dia em que começa o horário eleitoral. ‘Não aceitaremos pressões’, diz presidente

Campos na estátua de Padre Cícero, em Juazeiro do Norte (CE)
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A Executiva Nacional do PSB deve se reunir na semana que vem para decidir o futuro da candidatura presidencial do partido. Em conversas nesta quinta-feira 14, líderes pessebistas decidiram tratar do assunto somente após a missa de sétimo dia de Eduardo Campos, prevista para a terça-feira 19, em Brasília. A tendência é que a reunião da cúpula aconteça no dia seguinte. “Campanha é emoção, mas as decisões que temos de tomar são racionais. Por enquanto, não temos condições de decidir”, disse a CartaCapital o presidente da legenda, Roberto Amaral, que assumiu após a morte do ex-governador.

Apesar de concentrar-se em render as últimas homenagens a Campos, o PSB está espremido pelo tempo para definir um rumo. Pela lei eleitoral, um partido tem prazo de dez dias para trocar um candidato que faleceu. Além disso, a propaganda eleitoral na tevê, principal arma das campanhas, começa na terça-feira dia 19. O programa de estreia do PSB será dedicado a Campos. O seguinte, na quinta-feira 21, dependerá das deliberações da Executiva.

O PSB, disse Amaral, resolverá de forma soberana, levando em consideração os interesses do Brasil e do partido, sem se deixar influenciar por interesses externos à sigla. “Não aceitaremos pressão de ninguém. Não temos nada a ver com as articulações da imprensa”, disse Amaral, sucessor formal de Campos na hierarquia partidária – o ex-governador era presidente do PSB.

Ao mencionar “articulações da imprensa”, Amaral dá a entender ter percebido algum interesse de certos veículos de comunicações por uma decisão rápida do PSB em favor de uma candidatura de Marina Silva, vice de Campos. A solução Marina também já foi defendida publicamente por outro nome de fora do PSB, Roberto Freire, presidente do PPS, legenda que da coligação de Campos. Freire foi aliado do PSDB na eleição passada. Na visão tucana, a ex-ministra no páreo é capaz de dificultar a reeleição de Dilma Rousseff.

A escolha de Marina como substituta não foi automática porque há dúvidas no PSB. Não se sabe se vale à pena apostar nela estando ciente de que ela está apenas de passagem pelo partido, já tendo anunciado que depois da eleição retomará o projeto de criar sua própria legenda, a Rede. Também não está claro se ela topa honrar acordos selados por Campos em disputas estaduais. Marina era contra alguns deles, como o apoio à reeleição do governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin. A ex-ministra não deu pistas sobre seus planos.

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