Ex-presidentes do PSDB aumentam pressão pela retirada da candidatura de Doria

Governador admite desistir de concorrer ao Planalto e diz que sua campanha deve convergir com Simone Tebet e Sergio Moro no futuro

Foto: José Cruz/Agência Brasil

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A pressão para que o governador João Doria (PSDB) desista de concorrer ao Palácio do Planalto aumenta a cada dia. Na terça-feira, Doria afirmou que poderá abrir mão de sua pré-candidatura à Presidência em nome da viabilidade de uma terceira via. Segundo ele, sua campanha e as pré-candidaturas do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e da senadora Simone Tebet (MDB) devem convergir para um único nome no futuro.

A declaração, durante evento virtual do banco BTG Pactual, ocorre num momento em que uma ala do PSDB questiona a viabilidade eleitoral do governador de São Paulo. Formado por ex-presidentes do partido, como o deputado Aécio Neves e os ex-senadores José Aníbal e Tasso Jeiressati, um grupo anti-Doria articula uma nova reunião em março para aumentar a pressão para a retirada da candidatura do paulista.

O plano do grupo é atrair a bancada federal, que já havia ficado contra Doria nas prévias, além de governadores e candidatos nos estados. O argumento dos tucanos descontentes é que existe um risco de que a alta rejeição do eleitorado a Doria contamine o resultado dos correligionários.

— Não vou colocar o meu projeto pessoal à frente daquilo que sempre foi a índole. O meu país é mais importante do que eu mesmo. Se chegar lá adiante e, lá adiante, eu tiver de oferecer o meu apoio para que o Brasil não tenha mais essa triste dicotomia do pesadelo de ter Lula e Bolsonaro, eu estarei ao lado daquele ou de quantos forem os que serão capacitados para oferecer uma condição melhor para o Brasil — disse Doria.

Ao citar conversas do PSDB com Cidadania, MDB e União Brasil, Doria defendeu que as pré-candidaturas da chamada terceira via se mantenham por enquanto, “até o esgotamento do diálogo pelos líderes partidários”.

— Lá adiante, diante das circunstâncias, verificaremos quem pode, quem precisa abrir mão (da candidatura) — acrescentou Doria.


Moro também defendeu ontem a união das candidaturas de centro, mas afirmou que não pretende abdicar da cabeça de chapa porque aparece na terceira colocação nos levantamentos, em empate técnico com o presidenciável do PDT, Ciro Gomes.

— A gente precisa realmente se unir. Acho que isso é urgente. Eu faria isso (retirar a candidatura para unificar a terceira via) de bom grado. Agora, o que a gente está vendo nas pesquisas… A minha pré-candidatura, eu estou em terceiro lugar desde que me coloquei nessa posição de pré-candidato. Então, não faz sentido abdicar de minha pré-candidatura, se ela é a com maior potencial para vencer esses extremos — afirmou o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro.

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