Política
Ex-presidente do PT defende Boulos para Prefeitura de São Paulo
Jilmar Tatto é o nome escolhido do partido para a disputa. Para Tarso Genro, a sigla deveria unir a esquerda
Para o ex-presidente nacional do PT e ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o partido deveria apoiar a candidatura de Guilherme Boulos para a prefeitura de São Paulo agora que o PSOL já definiu que ele, com a vice Luiza Erundina, irá pleitear o cargo.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Genro afirma que o partido deveria abdicar de lançar Jilmar Tatto, escolhido em votação partidária, para disputar a capital paulista. Para ele, é preciso inaugurar uma política de alianças que já mire as eleições presidenciais de 2022 – às quais o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, continuaria como melhor nome do PT.
A chapa Boulos-Erundina foi definida na tarde deste domingo 19. Após os resultados, Boulos e Erundina fizeram uma live comentando a vitória. “O modelo democrático, popular, socialista de cidade, é possível. E é isso que nós queremos construir”, disse Boulos, que é coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), durante a transmissão.
“É preciso saber selecionar não só quem é o melhor candidato, mas também quem tem mais possibilidades de unificar [a esquerda]”, afirmou Genro ao jornal, que focou mais em cobrar “grandeza política” do partido do que em criticar Jilmar Tatto.
“Não tenho nenhuma restrição de princípios em relação a Jilmar Tatto, mas sim ao fato de o PT forçar ter a cabeça de chapa. O PT precisa se abrir e mostrar a grandeza política que temos. Sabemos ser tanto cabeça de chapa como apoiar outro candidato”, disse.
Em resposta, Jilmar Tatto afirmou ao jornal que, apesar da boa relação com partidários do PSOL, a unidade do setor da esquerda deve ser dificultado pela ampla gama de caminhos mostrados na capital paulista.
O PCdoB irá lançar Orlando Silva, o PSB, Márcio França; o PDT não deve costurar acordo por conta de desavenças com o ex-governador Ciro Gomes, e a ex-prefeita de São Paulo pelo PT, Marta Suplicy – que agora está no Solidariedade -, ainda não teria acenado para nenhum dos nomes. O atual prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), tenta a reeleição.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.


