Economia

Ex-ministro recomendará a Lula a reversão do processo de privatização dos Correios

Em 2021, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que abre caminho para a venda; o texto está parado no Senado

Os Correios continuam na fila da privatização. A depender de quem vença a eleição, a estatal sairá da lista das empresas vendáveis - Imagem: Marcelo Camargo/ABR
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O ex-ministro do Planejamento e das Comunicações Paulo Bernardo, membro do grupo técnico de Comunicações na equipe de transição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta sexta-feira 18 que recomendará a reversão do processo de privatização dos Correios.

A jornalistas no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, Bernardo disse que o processo deveria ser encerrado “logo na saída” – ou seja, no início da gestão de Lula.

“A nossa ideia é recomendar acabar com essa ideia de privatizar os Correios. Acho que eu poderia dizer até que a gente mais ou menos antevê o que o presidente pensa sobre isso”, declarou o ex-ministro.

A privatização dos Correios é uma obsessão do ministro da Economia, Paulo Guedes. Em 2021, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que abre caminho para a venda. Agora, a matéria está com a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, para, posteriormente, ser analisada pelo plenário da Casa Alta.

O discurso do governo de Jair Bolsonaro (PL) em favor da privatização dos Correios é similar ao das campanhas pela venda da Eletrobras e por reformas aprovadas pelo Congresso Nacional nos últimos anos, como a trabalhista: pode diminuir o desemprego, atrair empresários e melhorar a economia. Há uma série de especialistas, contudo, a rechaçar essas teses.

No caso dos Correios, estatal que existe há mais de 350 anos, há a possibilidade de que cidades do interior percam acesso aos serviços postais. Atendê-las seria muito caro e, portanto, pouco interessante para uma empresa privada. Na versão final do texto, o relator, deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA), estabeleceu como diretriz para o processo de desestatização um veto ao fechamento de agências que “garantam a prestação do serviço postal universal em áreas remotas do País”.

Os únicos partidos que orientaram o voto ‘não’ ao projeto de privatização na Câmara são PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e Rede.

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