Política

Ex-aliada de Bolsonaro, Sara Winter afirma que Planalto orientava ataques ao STF

Em entrevista à revista IstoÉ, Sara apontou que parlamentares bolsonaristas ajudavam a mobilizar discursos extremistas

A militante de extrema-direita, Sara Winter. Foto: Reprodução
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A ativista e ex-aliada do governo federal, Sara Winter, afirmou que a orientação para que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro atacasse o Supremo Tribunal Federal partiu de dentro do Planalto. A declaração foi feita em uma entrevista a revista IstoÉ, publicada nesta sexta-feira 19. 

Á revista, a ativista contou detalhes das articulações do “Acampamento dos 300”, que se instalou em Brasília, em maio de 2020 e garantiu que parlamentares, ministros e o presidente a orientaram para atacar a imprensa, a Suprema Corte e o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia. 

O grupo, formado por apoiadores do presidente, marchou em direção ao STF com tochas de fogo, em uma alusão ao grupo supremacista americano Ku Klux Klan. Sara chegou a ser presa por conta do ato. 

De acordo com Sara, Daniel Silveira (PTB-RJ), Carla Zambelli (PSL-SP), Sargento Fahur (PSL-PR) e Bia Kicis (PSL-DF) foram muito presentes na organização, além do ministro-chefe do Gabinete de Segurança, general Augusto Heleno.

O general Heleno, ainda teria a chamado ao Palácio do Planalto para passar orientações. “Ele pediu para deixar de bater na imprensa e no Maia e redirecionar todos os esforços contra o STF”, declarou Sara.

Em outro momento da entrevista, Sara deixou claro a influência direta do presidente sobre o grupo. Ela pontuou que houve um combinado para que nada respingasse no presidente. 

Sara não é mais ativista do governo federal e afirmou que tem medo de represálias do governo federal. 

“Em janeiro eu anunciei que eu ia contar tudo que eu sabia sobre o bolsonarismo. O Planalto surtou e fez uma reunião ministerial. A Damares foi chamada. Eu não sabia o que eles tinham tanto medo do que eu possa tornar público”, diz ela, que planeja ir com o filho morar no México.

Sobre os filhos do presidente, especialmente Carlos e Eduardo, Sara contou que os dois atuam como cães de guarda do capitão. “Quem tem destaque na direita, eles cooptam ou destroem”, diz.

A ex-aliada ainda se mostrou arrependida do apoio ao governo.  “Não tem mais como defender Bolsonaro. Mas se ele pedir para os bolsonaristas comerem merda, as pessoas vão comer”, disse.

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