Política
‘Eu depreendi que ele estava inferindo’
Em entrevista à TV Globo, o ministro do STF tenta sustentar a versão da revista com um porém: ‘a questão não se coloca dessa forma’
Ainda no sábado, o ex-ministro Nelson Jobim confirmou o encontro, mas negou o teor da conversa publicada na revista Veja – a de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu ao ministro do STF Gilmar Mendes apoio na CPI do Cachoeira em troca do adiamento do julgamento do mensalão.
Na segunda-feira, o ex-presidente emitiu nota dizendo estar “indignado” com a publicação. O terceiro personagem da história também se manifestou no mesmo dia. Em entrevista à TV Globo, Gilmar Mendes tentou sustentar a versão atribuída a ele pela semanal, mas fez um porém: não foi bem assim.
Ao ser questionado, com todas as palavras, se “houve em algum momento o oferecimento de uma blindagem”, Mendes respondeu: “A questão não se coloca dessa forma”.
Segundo o ministro, o presidente tocou “várias vezes” na questão da CPMI e relatou um suposto “domínio” governista na comissão criada para apurar a atuação do grupo de Carlinhos Cachoeira. “E aí eu entendi, depreendi dessa conversa que ele estava inferindo que eu tinha algo a dever nessa matéria de CPMI”, relatou Mendes.
Em seguida, tentou reproduzir a conversa: “Eu disse a ele com toda a franqueza: ‘presidente, parece que o senhor tá com alguma informação confusa, ou não foi devidamente informado. Eu não tenho nenhuma relação, a não ser de conhecimento e trabalho funcional, com o senador Demóstenes’. E aí ele ficou assustado. ‘Mas não tem? E essa viagem de Berlim?’”.
Mendes se referia à suspeita de que o magistrado tenha viajado com Demóstenes Torres à capital alemã com verba paga por Cachoeira.
Na tese da semanal (e de outras publicações que compraram a versão), Lula e o PT têm interesse em usar a CPI do Cachoeira para abafar o julgamento de mensalão. A reportagem, então, dá a entender que Lula teria tentado usar as relações de Gilmar Mendes com Demóstenes Torres para tentar chantagear o ministro do STF.
Na entrevista à TV Globo, Mendes tentou sustentar a versão da Veja com um recuo: “não houve nenhum pedido específico do presidente em relação ao mensalão”.
Ainda no sábado, o ex-ministro Nelson Jobim confirmou o encontro, mas negou o teor da conversa publicada na revista Veja – a de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu ao ministro do STF Gilmar Mendes apoio na CPI do Cachoeira em troca do adiamento do julgamento do mensalão.
Na segunda-feira, o ex-presidente emitiu nota dizendo estar “indignado” com a publicação. O terceiro personagem da história também se manifestou no mesmo dia. Em entrevista à TV Globo, Gilmar Mendes tentou sustentar a versão atribuída a ele pela semanal, mas fez um porém: não foi bem assim.
Ao ser questionado, com todas as palavras, se “houve em algum momento o oferecimento de uma blindagem”, Mendes respondeu: “A questão não se coloca dessa forma”.
Segundo o ministro, o presidente tocou “várias vezes” na questão da CPMI e relatou um suposto “domínio” governista na comissão criada para apurar a atuação do grupo de Carlinhos Cachoeira. “E aí eu entendi, depreendi dessa conversa que ele estava inferindo que eu tinha algo a dever nessa matéria de CPMI”, relatou Mendes.
Em seguida, tentou reproduzir a conversa: “Eu disse a ele com toda a franqueza: ‘presidente, parece que o senhor tá com alguma informação confusa, ou não foi devidamente informado. Eu não tenho nenhuma relação, a não ser de conhecimento e trabalho funcional, com o senador Demóstenes’. E aí ele ficou assustado. ‘Mas não tem? E essa viagem de Berlim?’”.
Mendes se referia à suspeita de que o magistrado tenha viajado com Demóstenes Torres à capital alemã com verba paga por Cachoeira.
Na tese da semanal (e de outras publicações que compraram a versão), Lula e o PT têm interesse em usar a CPI do Cachoeira para abafar o julgamento de mensalão. A reportagem, então, dá a entender que Lula teria tentado usar as relações de Gilmar Mendes com Demóstenes Torres para tentar chantagear o ministro do STF.
Na entrevista à TV Globo, Mendes tentou sustentar a versão da Veja com um recuo: “não houve nenhum pedido específico do presidente em relação ao mensalão”.
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