Política

Espionagem na Abin: PF identifica um programa para invadir computadores

A corporação trabalha, agora, para descobrir quantas máquinas foram espionadas e quais eram os alvos pretendidos, informa TV

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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A Polícia Federal identificou mais um esquema clandestino de espionagem, durante as apreensões na operação que apura a conduta de servidores da Agência Brasileira de Inteligência em um rastreamento irregular de celulares. A informação foi revelada nesta quinta-feira 26 pela TV Globo.

Segundo a emissora, os investigadores encontraram mais dispositivos suspeitos, que seriam utilizados para invasão em massa de computadores. Essa ação clandestina ocorreria por meio de um software acionado após disparo de e-mail, mensagem de texto ou acesso físico à máquina.

A PF trabalha, agora, para descobrir quantos computadores foram espionados e quais eram os alvos pretendidos.

Nesta semana, o governo Lula (PT) exonerou Paulo Maurício Fortunato, o número 3 da atual direção da Abin, e outros dois integrantes da cúpula do órgão investigados por suspeita de usar irregularmente uma ferramenta de espionagem.

Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, já havia afastado Fortunato do cargo. Depois, a demissão foi confirmada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), período em que o software israelense foi utilizado pela Abin, Fortunato era diretor de Operações de Inteligência. Na gestão Lula, ele foi nomeado pelo atual chefe da agência, Luiz Fernando Corrêa, para o posto de secretário de Planejamento e Gestão.

Na semana passada, durante uma operação autorizada pelo STF, a Polícia Federal encontrou 171 mil dólares em dinheiro vivo na casa de Paulo Maurício Fortunato.

Com a Operação Última Milha, a PF buscou investigar a utilização indevida, por servidores da Abin, de um sistema de geolocalização de dispositivos móveis sem autorização judicial. Um dos presos é Rodrigo Colli, profissional da área de contrainteligência cibernética da agência. O outro é o oficial de inteligência Eduardo Arthur Izycki. Ambos são os suspeitos de coagir os colegas para evitar demissão.

O programa First Mile permitia o monitoramento de até 10 mil donos de celulares a cada 12 meses. Bastava digitar o número do contato telefônico desejado no programa, conforme revelou o jornal O Globo. A tecnologia localizava aparelhos que utilizam as redes 2G, 3G e 4G.

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