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Esconderijo em embaixada da Hungria aproxima Bolsonaro de uma prisão preventiva, avalia jurista

Para Pedro Serrano, o episódio pode caracterizar tentativa de fuga da Justiça brasileira. O ex-capitão passou duas noites no local em fevereiro

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Sergio Lima/AFP
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O fato de Jair Bolsonaro (PL) ter passado duas noites na embaixada da Hungria em Brasília em fevereiro deste ano, após uma operação da Polícia Federal, aumenta a chance de o ex-presidente ser alvo de uma ordem de prisão preventiva, afirmou a CartaCapital Pedro Serrano, jurista e professor de Direito Constitucional.

A estadia de Bolsonaro na representação do país comandado pelo extremista de direita Viktor Orbán foi revelada nesta segunda-feira 25 pelo New York Times. Os registros datam de 12 de fevereiro, quatro dias depois de a PF deflagrar uma ação para investigar a trama golpista de 2022. O ex-capitão permaneceu no local até 14 de fevereiro, acompanhado de dois seguranças.

“Se isso for verdadeiro, pode ser que caracterize uma tentativa de asilo político, ou seja, de fuga da Justiça brasileira, e isso fundamenta um pedido de prisão preventiva, sim”, avalia Serrano. “Então, aumenta certamente a chance de ele receber uma prisão preventiva.”

O jurista reforça que Bolsonaro não poderia ser preso em uma embaixada, mas, ao retornar ao território nacional, está sujeito à Justiça brasileira. “E houve uma tentativa recente. Então, isso aumenta as chances [de prisão preventiva], sim, sem dúvida.”

Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que o ex-presidente se hospedou na embaixada da Hungria “para manter contatos com autoridades do país amigo”. Disse também que seu cliente recebeu um convite para ir ao local, onde “conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações”.

A operação deflagrada pela PF em 8 de fevereiro fechou o cerco sobre Bolsonaro, militares de alta patente e ex-ministros na investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado em 2022. O aval para a ação policial partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Os fatos apurados pela PF na operação configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

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