Justiça

‘Erro meu não ter feito verificação mais profunda’, diz secretário sobre ‘dama do tráfico’ em reunião

Eliaz Vaz disse que ministério adotará novo procedimento para identificação de pessoas que solicitam reuniões

Luciane Barbosa, a 4ª da esquerda para a direita, em reunião com Elias Vaz. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Eliaz Vaz assumiu publicamente a responsabilidade pelo encontro realizado em maio na sede da pasta com Luciene Barbosa Farias, conhecida pelas autoridades como a “dama do tráfico” do Amazonas.

Luciene é esposa do traficante Tio Patinhas, apontado como líder do Comando Vermelho em Manaus (AM).

“Se teve algum erro, esse erro foi de minha parte por não ter feito uma verificação mais profunda das pessoas que eu iria receber, porque eu poderia ter exigido que cada pessoa que entre na minha sala eu pudesse verificar”, disse Vaz nesta segunda-feira, 13, em coletiva no Palácio da Justiça.

O secretário ainda afirmou ter sido repreendido por Flávio Dino e que, a partir de agora, o Ministério passará a adotar um protocolo de checagem das pessoas que solicitam reuniões.

“É um procedimento que nós devemos adotar daqui por diante para não acontecer esse tipo de erro”, disse Vaz.

Na coletiva, Vaz ainda alertou contra quaisquer “ilações” que desconsiderem o trabalho feito pela pasta no combate ao tráfico organizado.

“Agora, quero lamentar qualquer ilação, qualquer tipo de consideração, inclusive de não considerar o combate que este ministério está fazendo ao crime organizado. Isso é efetivo”, disse.

Mais cedo, o secretário afirmou que Luciene foi à reunião acompanhar Janira Rocha, ex-deputada estadual pelo Rio de Janeiro e vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Associação Nacional da Advocacia Criminal fluminense.

“Atendi a advogada Janira Rocha e acompanhantes por conhecer a citada profissional e ela desejar falar sobre vítimas de homicídios”, reagiu Elias Vaz.

“Repudio qualquer envolvimento abjeto e politiqueiro do meu nome com atividades criminosas.”

Apesar de Flávio Dino não ter participado das agendas, ele entrou na mira de parlamentares de oposição. O deputado Kim Kataguiri (União-SP) já apresentou um pedido de impeachment do ministro, por suposto crime de responsabilidade.

A alegação é que houve improbidade administrativa por “garantir interlocução com o crime organizado, especificamente, o Comando Vermelho”.

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