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Entidades internacionais repudiam presença de Bolsonaro em ato antidemocracia

No domingo 19, presidente participou de atos que pediam o fechamento do Congresso e do STF

Presidente Jair Bolsonaro participa de ato antidemocracia. Foto: AFP
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Entidades internacionais ligadas à defesa dos direitos humanos se posicionaram contra a presença do presidente Jair Bolsonaro em atos que aconteceram neste domingo 19, que pediam o fechamento do Congresso e do STF.

O ex-capitão chegou à manifestação por volta das 13h30. Acompanhado por seguranças, acenou para os apoiadores, que seguravam faixas com mensagens como “Fechem o STF e o CN (Congresso Nacional)” e “intervenção militar com Bolsonaro”. Para lembrar, intervenção militar contraria a Constituição. Tudo transmitido ao vivo pelas redes sociais do presidente.

 

Em nota, a Anistia Internacional classificou como grave a presença de Bolsonaro nas manifestações.  “Não podemos esquecer que, durante o Regime Militar, torturas, estupros, assassinatos, cassações de direitos políticos e desaparecimentos forçados foram praticados por agentes do Estado que tem o dever de proteger toda a população, independente de seu posicionamento político e ideológico”, diz a nota assinada pela diretora-executiva da entidade no Brasil, Jurema Werneck.

Já a Human Rights Watch (HRW) diz que Bolsonaro continua a agir de forma irresponsável e perigosa, colocando em risco a vida e a saúde dos brasileiros, em flagrante desrespeito às recomendações do seu próprio Ministério de Saúde e da Organização Mundial da Saúde. 

“Ao participar de ato com ostensivo apoio à ditadura, Bolsonaro celebra um regime que causou sofrimento indescritível a dezenas de milhares de brasileiros, e resultou em 4.841 representantes eleitos destituídos do cargo, aproximadamente 20.000 pessoas torturadas e pelo menos 434 pessoas mortas ou desaparecidas. Em um momento que requer união de todos contra a disseminação da COVID19, Bolsonaro se agarra ao radicalismo e demonstra pouco apreço às instituições democráticas do país”, diz a nota, assinada pela diretora da entidade no Brasil, Maria Laura Canineu.

Nesta segunda-feira 20, o presidente se defendeu e disse que a pauta da manifestação do domingo era a volta ao trabalho e a ida do povo para a rua. “Sem essa conversa de fechar. Aqui não tem que fechar nada, dá licença aí. Aqui é democracia, aqui é respeito à Constituição brasileira. E aqui é minha casa, é a tua casa. Então, peço por favor que não se fale isso aqui. Supremo aberto, transparente. Congresso aberto, transparente”, afirmou Bolsonaro.

Para o ex-capitão, os cartazes no ato com dizeres contra a democracia, o Congresso e o Supremo eram de autoria de “infiltrados”.

“Em todo e qualquer movimento tem infiltrado, tem gente que tem a sua liberdade de expressão. Respeite a liberdade de expressão. Pegue o meu discurso, dá dois minutos, não falei nada contra qualquer outro poder, muito pelo contrário. Queremos voltar ao trabalho, o povo quer isso. Estavam lá saudando o Exército Brasileiro. É isso, mais nada. Fora isso, é invencionice, é tentativa de incendiar uma nação que ainda está dentro da normalidade”, disse o presidente.

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