Política

Bolsonaro participa de ato em Brasília e discursa: “não vamos negociar nada”

Centenas de apoiadores do presidente se aglomeraram em frente Quartel General do Exército e pediram intervenção militar

Bolsonaro tosse durante discurso para apoiadores em Brasília (Reprodução)
Apoie Siga-nos no

O presidente Jair Bolsonaro resolveu aparecer neste domingo 19 ao ato em defesa da intervenção militar que reuniu centenas de apoiadores em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. O ex-capitão subiu numa caminhonete e discursou para a multidão. Tudo transmitido ao vivo pelas redes sociais do presidente.

Bolsonaro chegou à manifestação por volta das 13h30. Acompanhado por seguranças, acenou para os apoiadores, que seguravam faixas com mensagens como “Fechem o STF e o CN (Congresso Nacional)” e “intervenção militar com Bolsonaro”. Para lembrar, intervenção militar contraria a Constituição.

Muitas pessoas estavam sem máscara, assim como o presidente, que vestia uma camiseta vermelha. Havia ainda dezenas de idosos, que estão no grupo de risco do novo coronavírus, e pessoas com deficiência. “Fecha o Congresso”, gritavam os seguidores.

“Eu estou aqui porque acredito em vocês. Vocês estão aqui porque acreditam no Brasil. Nós não queremos negociar nada, nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou pra trás, nós temos um novo Brasil pela frente. Todos sem exceção no Brasil têm que ser patriotas e acreditar e fazer a sua parte pra que nós possamos colocar o Brasil no lugar de destaque que ele merece. Acabou a época da patifaria. É agora o povo no poder. Mais que o direito, vocês têm obrigação de lutar pelo país de vocês. Todos no Brasil têm que entender que estão submissos à vontade do povo brasileiro. Chega da velha política. Agora é Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”, disse o ex-capitão. Ao final do discurso, Bolsonaro teve uma crise de tosse.

Centenas de apoiadores de Bolsonaro se aglomeraram em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília (Reprodução)

Nesse final de semana, o presidente intensificou sua campanha de enfrentamento ao isolamento social. Além de ter ido à público neste domingo, no sábado 18, o presidente também contrariou as recomendações de isolamento social e provocou aglomeração de apoiadores em frente Palácio do Planalto.

Separado dos apoiadores por grades, o ex-capitão voltou a criticar o isolamento social adotado por governadores e prefeitos, falou que milhões de pessoas já perderam seus empregos e afirmou que “vai faltar dinheiro para pagar o funcionalismo público” com a paralisação da economia.

Bolsonaro está em guerra com os governadores e prefeitos que determinaram medidas de isolamento social nos estados e cidades para frear o avanço da pandemia. Sem vacina e remédios, a covid-19 tem no distanciamento social a forma mais eficaz de prevenção, segundo autoridades médicas de todo o mundo, a começar pela Organização Mundial da Saúde (OMS), frequente alvo de ataques de Bolsonaro.

Confira no vídeo:

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo