Economia

Entenda os principais acordos assinados na viagem de Lula à Colômbia

As alianças estratégicas miram o combate ao desmatamento e ao crime organizado e o estreitamento de laços comerciais

Foto: Ricardo Stuckert/PR
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A viagem do presidente Lula (PT) nesta semana à Colômbia, onde foi recebido pelo presidente Gustavo Petro, resultou na assinatura de 11 atos de cooperação, com foco em alianças estratégicas para combater o desmatamento e o crime organizado, além de buscar o estreitamento de laços comerciais. 

A agenda contou com uma reunião a portas fechadas que durou cerca de duas horas. Lula também participou do Fórum Empresarial Brasil-Colômbia e da cerimônia de inauguração da 36ª Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBo) — onde foi homenageado como convidado de honra. 

Em um discurso para mais de 500 empresários, o petista defendeu ampliar a integração na América do Sul e a busca por estabilidade econômica, social e fiscal. 

Atualmente, o Brasil é o terceiro maior parceiro comercial da Colômbia. No ano passado, o fluxo entre os dois países ficou em torno de 6 bilhões de dólares.

Uma das novas parcerias envolve o Ministério das Comunicações, para levar internet de fibra óptica até o município colombiano de Letícia, na fronteira com Brasil e Peru. O investimento será de 268 milhões de reais, com previsão de conclusão da obra até 2025.

Em matéria ambiental, a assinatura de um memorando estabeleceu prioridades entre os países para a proteção da Floresta Amazônica e o fortalecimento de uma agenda ambiental conjunta, por meio da ApexBrasil — Banco Interamericano de Desenvolvimento do Governo Federal — e do ProColômbia — órgão do governo colombiano de promoção comercial.

Os dois países discutiram ainda um trabalho unificado para “descarbonização” da economia. Petro propôs que as empresas petroleiras do Brasil e da Colômbia tenham projetos de energia limpa e invistam no hidrogênio verde.

A cooperação focará em temas como desenvolvimento sustentável da Amazônia, bioeconomia e segurança alimentar, com o objetivo de enfrentar desigualdades regionais e promover igualdade de gênero e transição energética.

Na área de segurança pública, os países concordaram em definir ações conjuntas de coordenação e cooperação para prevenção, investigação e repressão do crime organizado e do tráfico de pessoas.

As demais parcerias envolvem as seguintes áreas:

  • Defesa — Trabalho coordenado na região de fronteira — que tem uma extensão de 1.644 quilômetros — e sobre os produtos da Base Industrial de Defesa; 
  • Saúde —  Entidades técnicas de ambos os países devem iniciar a negociação de um acordo para aumentar as capacidades locais de produção de vacinas e ações de saúde nas fronteiras;
  • Combate à fome — Estabelecer políticas públicas de combate à pobreza, com foco nas áreas de abastecimento alimentar e de fortalecimento da agricultura familiar sustentável;
  • Direitos Humanos — Projetos conjuntos de defesa dos direitos de pessoas com deficiência, LGBTQIA+, migrantes, idosos e pessoas em situação de rua;
  • Turismo — Promoção de viagens, atração de turistas e cooperação aeroespacial com a indústria colombiana, incluindo transferência de tecnologia, projetos conjuntos e cooperação industrial;
  • Gol e Avianca — Nova opção de voo internacional entre os países com saída do Aeroporto Internacional de Brasília para Bogotá, capital da Colômbia. A partir de 27 de outubro, as duas capitais serão conectadas por um voo direto;

A comitiva presidencial foi composta por nove ministros, entre eles Cida Gonçalves (Mulheres), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Margareth Menezes (Cultura).

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