Política
‘Enquanto o mundo capitalista faz política desenvolvimentista, aqui isso é uma heresia’, diz José Dirceu
Em live de CartaCapital exclusiva para assinantes, o ex-ministro criticou a agenda da regra fiscal e cobrou um debate sobre desenvolvimento econômico
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu afirmou ver uma disparidade entre a política econômica adotada no Brasil, a partir da nova regra fiscal, e as medidas aplicadas em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a Alemanha. A análise ocorreu durante debate realizado por CartaCapital nesta quarta-feira 5 em transmissão exclusiva para assinantes. A live também contou com a presença do filósofo Vladimir Safatle.
Para Dirceu, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria estar discutindo o estabelecimento de uma âncora fiscal. Segundo o ex-ministro, o tema está se sobrepondo ao debate sobre o desenvolvimento econômico do País, como o papel dos bancos públicos e da Petrobras. Ele mencionou, ainda, países desenvolvidos que têm oferecido subsídios e convivido com déficits trilionários na economia.
“Nós vamos fazer superávit na situação que o Brasil está vivendo?”, questionou. “É uma frustração tão grande ver toda a potencialidade que o Brasil tem e ver essa miséria econômica. Como tinha a miséria da filosofia, é a miséria da economia. Nós somos prisioneiros disso. Quando o mundo capitalista está fazendo uma política desenvolvimentista, aqui está proibido isso, é quase como se fosse uma heresia.”
Dirceu afirmou que Lula tem a tarefa de atuar como um comunicador que dispute a orientação política da população. Disse ainda que o comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reforçou essa necessidade. Para o petista, o bolsonarismo se desmobilizou após os desdobramentos dos ataques do 8 de Janeiro e o escândalo das joias sauditas, mas ainda está em vantagem sobre a esquerda.
“Não vamos nos iludir. Eles têm muita capacidade de mobilização. A barbárie bolsonarista vai continuar.”
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