Uma empresa de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, registrou 1185 saques em conta bancária que somaram 1,15 milhão de reais em dinheiro, conforme relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras.
Os saques em espécie corresponde à metade do valor retirado da Valle Ana Consultoria e Serviços de Seguros no período analisado, entre 2008 e 2014.
Para o Ministério Público do Rio (MP-RJ), as “movimentações financeiras atípicas” de Ana Cristina são indícios de que empresas vinculadas a ela “possam ter sido utilizadas para ocultação de desvio de recursos públicos oriundos do esquema de ‘rachadinha’ na Câmara de Vereadores”.
Em 2011, Ana Cristina vendeu cinco terrenos em Resende, comprado seis anos antes. A valorização do imóvel entre a compra e a venda corresponde a 1.100%.
Os terrenos foram vendidos ao empresário do setor de transportes, Marcelo Traça. Colaborador premiado da operação Lava-Jato, Traça admitiu adquirir imóveis para lavar dinheiro.
Ainda em 2011, conforme apontou relatório do Coaf, Ana Cristina fez dois depósitos em espécie na própria conta.
O MP afirmou que a discrepância entre o valor dos imóveis ao longo de seis anos “sugere a possibilidade de subavaliação no valor de aquisição, mediante complementação do pagamento com valores ‘por fora’”.
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