Política

Em nova resolução, PT pede punição aos militares que participaram do 8 de janeiro

Nota publicada pelo diretório nacional do partido também reafirma entendimento de que impeachment de Dilma Rousseff é fruto de um golpe

Entre as medidas cautelares estão o uso de tornozeleira eletrônica e a suspensão de documentos de porte de arma de fogo. Foto: Sergio Lima/AFP
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O Partido dos Trabalhadores (PT) publicou nesta quinta-feira 16 a nova resolução do diretório nacional, aprovada em reunião do dia 13 de fevereiro, em que pede a ‘culpabilização e punição’ de todos os envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro, com ênfase na necessidade de processos contra militares e financiadores envolvidos nos atos terroristas.

“Se engana quem avalia que o fascismo deixará de rondar nosso país. Os quatro anos de Bolsonaro permitiram que o ‘ovo da serpente’ fosse chocado, gerando um ambiente de violência, ódio, intolerância e discriminação na sociedade brasileira. Por isso, seguir na luta pela culpabilização e punição de todos os envolvidos, inclusive os militares – a desde os terroristas de Brasília até os grandes financiadores – é fundamental para a luta intransigente em defesa da democracia”, pede o PT em um dos trechos da resolução.

Mais adiante, a legenda reforça o pedido: “Por acreditarmos na defesa da democracia e da vida, é preciso punir todos aqueles que participaram dos atos fascistas-terroristas de 8 de janeiro, dos crimes ambientais, dos crimes contra a vida e contra a democracia”.

“A palavra de ordem ‘SEM ANISTIA’ deve que ser um imperativo do Partido para culpabilizar os responsáveis e exigir que Bolsonaro e seus cúmplices respondam pelos seus crimes”, completa logo em seguida.

O texto ainda faz menções à necessidade de se manter o campo progressista unido para combater a extrema-direita, hoje expressada pelo bolsonarismo. “Esta unidade é mais do que nunca necessária, porque os desafios postos de hoje são muito mais complexos do que aqueles enfrentados de 2003 a 2016”.

O partido cita ainda a crise recente instalada nas terras yanomamis em Roraima, onde milhares de indígenas sofrem com doenças evitáveis, desnutrição e assédio dos garimpeiros que exploram ilegalmente a região. No texto, o PT imputa a Bolsonaro e seus aliados a culpa pelo caos vivido na região. Neste ponto, diz o texto, é compromisso da sigla pôr fim à mineração em terras indígenas e “apoiar com firmeza a orientação do presidente Lula neste sentido”.

Golpe contra Dilma

A nova resolução do PT reacende ainda um antigo debate sobre a classificação do impeachment de Dilma Rousseff como um golpe. Categoricamente, o partido cita o termo para se referir ao episódio em um dos trechos principais do documento. Recentemente, Lula fez a mesma citação, gerando incômodo entre emedebistas aliados ao governo. Michel Temer, chamado pelo presidente de golpista e acusado de ser o mentor da deposição da ex-presidenta, respondeu publicamente ao petista.

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