Política

Em mensagens obtidas pela PF, aliado de Bolsonaro diz saber quem mandou matar Marielle

O ex-major do Exército Airton Barros foi alvo da Operação Venire, deflagrada nesta terça-feira 3, que mira a falsificação de dados sobre a vacina da covid-19

A vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em 2018. Foto: Renan Olaz/CMRJ
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Investigado pela Polícia Federal no inquérito que mira a falsificação dos dados de vacinação contra a covid-19, o ex-major do Exército Ailton Barros disse, em mensagens interceptadas pela PF, saber quem seria o mandante do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, em 2018.

O ex-militar foi uma dos alvos dos mandados de prisão cumpridos durante a Operação Venire, deflagrada nesta quarta-feira 3. O diálogo ao qual a PF teve acesso aconteceu em novembro de 2021.

Nos áudios, Barros afirma ao tenente-coronel Mauro Cid que o ex-vereador do Rio de Janeiro Marcello Siciliano estaria enfrentando problemas para entrar nos Estados Unidos em razão do seu envolvimento no caso Marielle.

O político chegou a ser investigado na época do crime, mas teve a participação no crime descartada pela polícia. “Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a p*** toda. Entendeu?”, diz trecho transcrito pelos investigadores.

Segundo a PF, o contato entre Barros e Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), se deu em meio à tentativa de intermediar o encontro de Siciliano com o cônsul dos EUA no Brasil. A reunião seria uma contrapartida à falsificação dos dados sobre a vacinação de covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde para beneficiar Gabriela Santiago Cid, esposa de Cid.

Marielle Franco foi morta a tiros enquanto voltava de um evento político no Rio de Janeiro em março de 2018. No curso das primeiras investigações, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz foram presos acusados do crime, mas o mandante e as motivações ainda não foram esclarecidas.

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