Política
Em meio a cobranças de Lira, Lula prega diálogo na abertura do ano do Congresso
Um dos alvos preferenciais do presidente da Câmara é o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha
O presidente Lula (PT) aproveitou a mensagem oficial enviada ao Congresso Nacional para exaltar o diálogo do Legislativo com o governo federal e dividir o mérito pela aprovação de projetos importantes, como a reforma tributária e o arcabouço fiscal.
A mensagem foi lida na tarde desta segunda-feira 5 pelo deputado federal Luciano Bivar (União-PE), primeiro secretário do Congresso, durante a sessão solene que marcou a retomada dos trabalhos no Legislativo.
“O diálogo é condição necessária para a democracia. Diálogo que supera filiações partidárias. Que ultrapassa preferências políticas ou disputas eleitorais”, diz a mensagem. “Que é, antes de tudo, uma obrigação republicana que todos nós, representantes eleitos pelo povo, temos que cumprir”.
O texto foi entregue pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Esse apelo por diálogo acontece no momento em que o Planalto vive uma tensão com o Congresso em razão de vetos presidenciais à Lei de Diretrizes Orçamentárias. Há ainda o desconforto de Lira com o ministro Alexandre Padilha (PT), responsável pela articulação política do governo, em função do que o alagoano classificou a interlocutores como “quebra de acordos”.
O presidente da Câmara levou as críticas a aliados de Lula e deve voltar a discutir o assunto em uma reunião com o presidente nesta semana.
Na mensagem presidencial, Lula ainda exaltou a ajuda financeira a estados e municípios e citou o “descaso” do governo Jair Bolsonaro. “Ele [o diálogo] está presente ainda na justa resolução do sufocamento financeiro a que estados e municípios foram arrastados após a pandemia e o descaso do governo anterior”, afirmou.
O presidente da República também destacou que algumas pautas relevantes não existiriam sem a interlocução com o Congresso e citou a resposta dos Três Poderes aos atos golpistas de 8 de Janeiro como exemplo de “firmeza” na defesa de valores caros ao povo brasileiro.
“Em poucos momentos de nossa história, o Congresso Nacional esteve tão ao lado das principais conquistas da sociedade. Programas e políticas que não são apenas do Executivo, mas criadas a muitas mãos – já nascidas, portanto, com a força da democracia.”
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