Em delação, Cid reafirma que partiu de Bolsonaro a ordem para vender Rolex e joias

Ex-ajudante de ordens solicitou ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica uma lista contendo os relógios dados ao ex-capitão

Jair Bolsonaro e Mauro Cid. Foto: Secom

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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), reafirmou em delação premiada à Polícia Federal que partiu do ex-presidente a ordem para avaliar e vender um Rolex e outras joias presenteadas ao Brasil pela Arábia Saudita. As informações são do site G1 desta sexta-feira 10. 

No relato feito à PF, Cid aponta Bolsonaro como mandante dos supostos crimes de desvio de bens públicos e lavagem de dinheiro. 

As revelações do militar confirmam as suspeitas dos investigadores de que as joias foram vendidas a mando de Bolsonaro. Os valores recebidos pelo negócio, apontam ainda os indícios, foram entregues em dinheiro vivo ao ex-capitão, como foram de dificultar o rastreio das transações. 

Cid ainda teria afirmado aos policiais que, no começo de 2022, Bolsonaro estaria reclamando dos pagamentos de uma condenação judicial em um processo movido pela deputada federal Maria do Rosário (PT). Bolsonaro ainda reclamou ao auxiliar de gastos com a mudança, multas pelas motociatas e do transporte dos itens do acervo de presentes recebidos. 

Foi após essas reclamações, sustenta Cid, que o ex-capitão teria perguntado sobre quais os itens do acervo de presentes teriam valores mais significativos. A intenção, portanto, seria cobrir os custos pessoais.

Cid disse que verificou que as peças mais fáceis de mensurar o valor seriam os relógios, e solicitou ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), órgão que organizava o acervo presidencial, uma lista dos relógios que o então presidente ganhou.


Entre os itens da lista estava um Rolex de ouro branco dado pela Arábia Saudita, em 2019, durante uma viagem oficial. 

Ao tomar conhecimento do item, o ex-presidente perguntou se o objeto poderia ser vendido e deu a Cid a “missão” de verificar o valor do Rolex, bem como organizar a venda do relógio. Outros itens do kit ouro branco também receberam o aval do ex-capitão para serem negociados.

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