Política

Em Brasília, Lula volta a encontrar caciques do MDB para falar de apoio em eleição

Ex-presidente esteve com Eduardo Braga, Renan Calheiros e Marcelo Castro

Lula em Brasília. Foto: Ricardo Stuckert
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Em visita à Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a se reunir com caciques do MDB para falar sobre a eleição deste ano. O petista se reuniu nesta quinta-feira com os senadores medebistas Eduardo Braga (AM), Renan Calheiros (AL) e Marcelo Castro (PI). Embora o partido tenha pré-candidata à Presidência, a senadora Simone Tebet (MS), quadros importantes do partido, principalmente do Nordeste, defendem o apoio ao ex-presidente.

De acordo com a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), a equipe de Lula conversa com o MDB para atrair o apoio do partido, mesmo que para isso seja preciso “reverter” a candidatura de Tebet. A declaração foi dada pela dirigente após o evento em que a Rede anunciou formalmente o apoio ao ex-presidente.

— O MDB tem uma situação a resolver. Tem muitas lideranças, principalmente do Nordeste, que têm simpatia pelo presidente Lula e que nos processos eleitorais já praticamente declaram apoio. Mas eles têm uma candidatura. E eu acho que nós temos que respeitar. Nós temos a Simone Tebet — disse Gleisi, que completou: — Se o MDB abrir mão candidatura, nós queremos conversar com o MDB sim. Se o MDB for ter a candidatura, nós ainda assim vamos atrás para conversar para ver se não é possível reverter isso para a criação dessa frente.

A estratégia do PT é conseguir conquistar o apoio do MDB através dos estados, e não pela Executiva nacional da sigla. O presidente do MDB, Baleia Rossi, participa das conversas com as demais siglas da terceira via — PSDB, Cidadania e União Brasil — em busca de uma candidatura única da aliança. O nome apresentado pelo partido é o de Tebet.

O encontro desta quinta-feira não foi a primeira vez que Lula se reuniu com caciques do MDB neste mês. No dia 11, o ex-presidente participou de um jantar na casa do ex-senador emedebista Eunício Oliveira junto com outros nomes do partido e demais siglas, como os senadores Omar Aziz (PSD) e Acir Gurgacz (PDT-RO).

Na ocasião, Eunício afirmou que 14 dos 27 diretórios estaduais do MDB estão contrários à candidatura de Simone.

Além do MDB, o PT tenta atrair outras siglas para dentro da aliança em torno de sua candidatura. Mais cedo, Gleisi afirmou que a campanha também mira no Avante e no PSD. Nesta tarde, o Lula também teve reuniões com dirigentes do PCdoB, partido com quem o PT fechou recentemente uma federação junto com o PV.

Na noite desta quinta-feira, Lula participou da abertura do congresso nacional do PSB, um dos principais partidos da aliança do petista e que agora abriga o ex-tucano Geraldo Alckmin, anunciado como vice na chapa do ex-presidente. O ex-governador de São Paulo também compareceu à cerimônia.

Em seu discurso, Lula voltou a fazer acenos ao eleitorado religioso ao criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL). O petista afirmou que o adversário não é evangélico e fez uma referência a vez que o presidente fez o vereador Carlos Bolsonaro, seu filho, disputar uma eleição com a própria mãe, Rogéria, para vencê-la. O caso aconteceu no pleito municipal de 2000, no Rio.

— Nós temos um presidente que não tem sentimento, que não respeita as instituições. Não respeita a Câmara, não respeita o Senado, não respeita a Suprema Corte. — disse o ex-presidente, que completou: — Ele fala que é evangélico. Olha, a cara dele. Ele não crê em Deus. Um cara que fez um filho disputar com a própria mãe não pode ser cristão.

Lula ainda ironizou:

— Esse cidadão, eu acho que ele não foi tomar banho no Rio Jordão. Ele se banhou no Rio Pinheiro mesmo.

Durante o evento, ex-presidente dividiu o palco com nomes do PSB reticentes a apoiar a candidatura do petista ou que causaram atritos na aliança do partido com o PT. Entre eles, a deputada federal Tabata Amaral (SP), que já afirmou que a sigla não pode forçá-la a fazer campanha a Lula, e o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, cujo encontro com o ex-juiz Sergio Moro foi visto com desgosto por petistas — e fortaleceu a ideia do partido de lançar o senador Fabiano Contarato (PT-ES) a disputar o Executivo capixaba.

Também estavam lado a lado no palco os deputados federais pessebistas Marcelo Freixo e Alessandro Molon, ambos do Rio de Janeiro. O primeiro é pré-candidato ao Palácio Guanabara, enquanto o segundo pretende disputar o Senado. No entanto, o PT é contrário a chapa puro: o partido que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o petista André Ceciliano, como candidato a senador.

 

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