Eliziane Gama: ‘Bolsonaro está longe da prática do evangelho de Cristo’

Em entrevista a CartaCapital, senadora afirmou que o presidente se aproveitou de falhas do campo progressista no diálogo com os evangélicos para se aproximar do segmento

Eliziane Gama, relatora da CPMI. Foto Jane de Araújo/Agência Senado

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A senadora Eliziane Gama (Cidadania) afirmou nesta sexta-feira 21 que o presidente Jair Bolsonaro (PL) em muitos momentos não se comporta como um cristão. A parlamentar disse ainda que o ex-capitão se aproveitou de falhas do campo progressista no diálogo com os evangélicos para se aproximar do segmento.

Eliziane esteve na quarta-feira 19 no evento em que o ex-presidente Lula (PT) apresentou uma carta aos cristãos, com o intuito de diminuir o impacto das fake news ligadas à religião que os aliados de Bolsonaro disseminam nas redes sociais.

De acordo com pesquisa do instituto Datafolha, divulgada na semana passada, o presidente tem uma vantagem de 34 pontos percentuais entre os evangélicos sobre o petista.

Em entrevista ao Direto da Redação, boletim de notícias do canal de CartaCapital no Youtube, a senadora atribuiu a uma estratégia bem definida de Bolsonaro a posição que ele tem hoje no segmento.

“O bolsonarismo colocou uma luz sobre esse segmento, no sentido de olhar para ele, de conversar, de ir a uma igreja e pegar uma Bíblia”, pontuou a parlamentar que, por outro lado, pondera: “mas isso não é a essência real dele“.

“Na manhã seguinte [de ir a uma igreja], ele defende armamento, agride mulher e quilombolas”, cita. “O bolsonarismo está longe da prática do evangelho de Cristo“.


Eliziane, que é evangélica, foi alvo nos últimos dias de uma nota de repúdio da organização que gere as igrejas Assembleias de Deus no Maranhão após declarar apoio a Lula.

“O campo progressista brasileiro não soube se comunicar bem com o segmento evangélico”, comentou. “Hoje, nós somos 30% da população brasileira ou mais do que isso. É uma autocritica que precisamos fazer. Por conta disso há uma série de falas contra Lula”.

Na conversa, a senadora afirmou ainda que é muito improvável que o Bolsonaro consiga reverter o cenário que hoje aponta para a sua derrota no próximo dia 30.

Assista a entrevista na íntegra:

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