Política

E-mails em posse de CPMI indicam ‘agendas privadas’ de Bolsonaro com Lindôra e Aras

Há três registros de encontros no material da comissão. As mensagens foram reveladas nesta terça-feira 8 pelo jornal O Globo

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Sergio Lima/AFP
Apoie Siga-nos no

A CPMI do 8 de Janeiro obteve acesso a e-mails do tenente-coronel Mauro Cid que indicam “agendas privadas” noturnas entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e a vice-PGR, Lindôra Araújo. As mensagens foram reveladas nesta terça-feira 8 pelo jornal O Globo.

Há três registros no material em posse da comissão:

  • 11 de abril de 2022, entre 19h e 20h. Teriam participado Bolsonaro, Lindôra e o senador Flávio Bolsonaro;
  • 2 de maio de 2022, entre 19h10 e 19h40, com Bolsonaro, Lindôra e Aras;
  • 10 de agosto de 2022, entre 20h45 e 21h30, com Bolsonaro e Lindôra.

Conforme o material, as mensagens encontradas nos arquivos de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, traziam o título “agenda privada”.

A primeira reunião teria ocorrido na semana seguinte à nomeação de Lindôra para o cargo de vice-procuradora-geral. Oito dias depois da agenda, em 19 de abril, a PGR afirmou ao Supremo Tribunal Federal não ver razões para investigar Bolsonaro no inquérito sobre a atuação de pastores lobistas no Ministério da Educação.

Três semanas após a segunda agenda, em 27 de maio, o órgão pediu ao STF o arquivamento de duas representações contra o então presidente por racismo. As peças miravam uma declaração de Bolsonaro em contato com um apoiador negro. Na interação, ele perguntou se o rapaz pesava “mais de sete arrobas”, unidade de medida utilizada para pesar gado.

Em 24 de agosto, 14 dias depois da terceira agenda, a PGR informou ao STF ter aberto uma apuração preliminar sobre a reunião entre Bolsonaro e embaixadores estrangeiros em julho. Para o órgão, porém, seria “prematuro” solicitar a abertura de um inquérito sobre o tema.

O encontro com os diplomatas sustentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de tornar Jair Bolsonaro inelegível por oito anos.

Procurada por CartaCapital, a PGR informou que não se pronunciará.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo