Política

E-mail em posse da CPMI menciona ‘Renan’ retirando presentes de acervo da Presidência

Para integrantes da comissão, a referência é ao filho ‘zero quatro’ de Jair Bolsonaro

O filho 'zero quatro' de Jair Bolsonaro, Jair Renan. Foto: Evaristo Sá/AFP
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A CPMI do 8 de Janeiro teve acesso a um e-mail com uma possível menção a Jair Renan, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, em uma conversa sobre a retirada de presentes do acervo presidencial.

Trata-se de uma mensagem enviada às 23h30 de 12 de julho de 2022 por Cleiton Henrique Holzschuk a Adriano Alves Teperino e Osmar Crivelatti, todos ex-assessores de Bolsonaro.

Diz o texto: “Presentes retirados pelo Renan: A Marjore da GADH informou que, quando o Renan vier buscar presentes, ele deverá selecionar e informar quais quer levar. O GADH irá informar o Ch de Gabinete PR quais presente (sic) foram selecionados que despachará com o PR. Só depois de autorizado pelo PR o Renan poderá retirar os presente“.

Para integrantes da CPMI, a referência é ao filho “zero quatro” de Bolsonaro.

A sigla GADH se refere ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República, setor do governo que entrou na mira de autoridades em meio à investigação sobre um suposto esquema de desvio de joias recebidas como presentes oficiais.

Em decisão que autorizou uma operação da Polícia Federal contra suspeitos de envolvimento no caso das joias, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que o GADH “atribuiu presentes de altíssimo valor, dados por autoridades estrangeiras, ao acervo privado do Presidente da República, adotando uma interpretação que contraria os princípios que regem a Administração Pública”.

Nesta quinta, Jair Renan foi alvo de um mandado de busca e apreensão em uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal contra um grupo suspeito de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

Policiais cumpriram o mandado em dois endereços de Renan: um apartamento em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e outro no Sudoeste, em Brasília. Entre os itens apreendidos estão um celular e um HD de computador.

Maciel Carvalho, um amigo, instrutor de tiro de Jair Renan e suposto mentor do esquema, foi preso. Eduardo Alves dos Santos, suspeito de ser um “testa de ferro”, está foragido.

Em nota, a defesa de Carvalho sustenta que a acusação “não condiz com a verdade, e será esclarecida perante a autoridade competente”.

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