Entrevistas
É difícil o eleitor conservador votar no Lula só porque o Alckmin é vice, diz cientista político
Para Josué Medeiros, uma aliança entre o petista e o ex-governador de São Paulo ajudaria a chapa mais no segundo turno do que no primeiro
Uma chapa formada por Lula como candidato a presidente e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como vice tende a ajudar o petista mais no segundo turno da eleição de 2022 do que no primeiro. A avaliação é do cientista político Josué Medeiros, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Em entrevista ao Direto da Redação, boletim de notícias do canal de CartaCapital no Youtube, Medeiros ressaltou, no entanto, que a transferência de votos conservadores do ainda tucano para o ex-presidente não é automática.
“É difícil esse movimento, até porque o Alckmin já não te mais esse eleitor. Não teve em 2018. Uma candidatura do Doria com o Moro tende a conquistar esses eleitores”, avalia o cientista político.
“O movimento ainda é para as elites políticas. O Lula está no processo de se viabilizar como o pacificador, como a liderança política capaz de restaurar a racionalidade de um sistema que está em frangalhos”, acrescenta.
Na terça-feira 30, Lula confirmou a possibilidade de formar uma aliança com o ex-governador de São Paulo. O petista disse que a composição depende do novo partido escolhido pelo paulista.
“Ele está em uma definição de partido e nós estamos no processo de conversar. Vamos ver se a hora que eu decidir ser candidato se é possível construir uma aliança política, mas preciso primeiro saber qual é o partido que o Alckmin vai entrar e ele ainda não decidiu”, afirmou Lula. “Eu quero construir uma chapa para ganhar as eleições”.
No dia anterior, em encontro com sindicalistas, Alckmin declarou que a chance de ser vice do ex-presidente “caminha”.
“O discurso dele, mesmo não falando ‘eu sou’, mas que caminha para isso, indica que ele é candidatíssimo. Depende do outro lado, tem que combinar com os russos. Temos certeza de que, para o Lula ganhar, tem que ir para o centro. E o Alckmin tem um trânsito no movimento sindical muito grande aqui em São Paulo. Achamos essa possibilidade muito boa”, disse o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, que esteve no evento.
Assista a entrevista completa com Josué Medeiros:
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