Política
Doria tenta se afastar de Bolsonaro e faz duras críticas ao presidente
‘Jamais nomearia meu filho embaixador’, criticou o governador de São Paulo em entrevista
O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro. Em um entrevista concedida ao portal Uol, nesta quarta-feira 21, Doria criticou a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada do Brasil em Washington, nos EUA. “Não é uma boa atitude. Eu jamais nomearia nem meu filho, nem ninguém da minha família para nenhuma função pública”, criticou o governador.
Doria também desaprovou o desmonte da política ambiental do governo de Bolsonaro, que levou países como Alemanha e Noruega pararem de investir no combate ao desmatamento na Amazônia. Para o tucano, evitar o radicalismo é o caminho. “Os riscos são reais. Estive em Londres e ouvi de investidores europeus críticas duríssimas à política ambiental do Brasil. Não é um bom caminho”, contou.
Outro ponto criticado por Doria foi a atitude de Bolsonaro ao cancelar encontro com o ministro de Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian. O francês veio para o Brasil em julho só para se encontrar com o presidente, e Bolsonaro cancelou a reunião de última hora para cortar o cabelo.
Ao saber disso, João Doria imediatamente convidou o ministro para uma reunião. “A França é um dos cinco países mais importantes na relação bilateral com o Brasil. Não foi um bom gesto”, avaliou Doria.
O tucano se classificou como centro e disse que o novo PSDB, bandeira levantada por ele dentro do partido, vai caminhar para essa posição. “Não quero ser herói nem líder, só defendo uma linha mais de centro e equilíbrio. Que saiba dialogar com a esquerda e direita, ouvir e ter humildade. Sem diálogo não é democracia, é ditadura”, disse.
E foi esse o conselho que Doria ofereceu para Jair Bolsonaro: “Dialogue. Tenha a capacidade de compreender e entender e fazer desse diálogo uma bandeira importante para o seu governo”.
Doria esteve ao lado de Bolsonaro no segundo turno da campanha presidencial e agora tenta se afastar do pesselista. Essa não é a primeira vez que o governador de São Paulo criticou o presidente, que está tendo uma queda na popularidade e já é o presidente em primeiro mandato mais mal avaliado, desde Fernando Collor quando começaram as pesquisas de avaliação presidencial.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.