Política
Dor sem-fim
Cinco anos após o desastre de Brumadinho, o Brasil continua com regras frouxas e falha na fiscalização das empresas
Paraíso dos agrotóxicos, cemitério de pneus usados, laboratório para sementes transgênicas. Na contramão do desejo brasileiro de ser uma liderança ecológica global, essas são algumas das merecidas alcunhas que o País acumulou ao longo das últimas décadas por conta da frouxidão do Poder Público em fiscalizar e punir determinadas práticas nocivas do ponto de vista socioambiental. No mês em que se completam cinco anos do rompimento da barragem Córrego do Feijão, tragédia que causou a morte de 270 habitantes da cidade mineira de Brumadinho, o Brasil ainda tenta livrar-se de outra pecha: ser o país do vale tudo para barragens de mineração.
De acordo com a Agência Nacional de Mineração, existem 927 barragens espalhadas de Norte a Sul do País, sendo 461 de grande porte. Nesse subgrupo, 149 barragens são consideradas de médio ou alto risco. É assustador, sobretudo, para as dezenas de milhares de pessoas que vivem no entorno desses empreendimentos e que, na maioria dos casos, têm pouca ou nenhuma informação sobre algo que pode ser uma bomba-relógio.
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