Política

Do hospital, Bruno Covas protesta contra declaração de Paulo Guedes

O ministro da Economia comentou sobre a possibilidade de alguém pedir um novo AI-5

Prefeito Bruno Covas internado no hospital Sírio Libanês. Foto: reprodução.
Apoie Siga-nos no

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), se pronunciou comentou a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre uma possível volta do AI-5 no Brasil. Do hospital Hospital Sírio-Libanês, onde o tucano está internado realizando tratamento contra um câncer, ele escreveu: “Alguém me avise de pedirem o AI-5 de novo para eu sair do hospital e ir para rua protestar contra”.

Ver essa foto no Instagram

Alguém me avise se pedirem o AI-5 de novo para eu sair do hospital e ir pra rua protestar contra. #democracia #AI5nao

Uma publicação compartilhada por Bruno Covas (@brunocovas) em

Guedes afirmou, nesta segunda-feira 25, que não é possível se assustar com a ideia de alguém pedir um novo AI-5 diante de uma possível radicalização dos protestos de rua no Brasil, incentivados pelo ex-presidente Lula.

“Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente? Levando o povo para a rua para quebrar tudo. Isso é estúpido, é burro, não está à altura da nossa tradição democrática”, disse o ministro em Washington, EUA.

O Ato Institucional Número 5 (AI-5) foi o quinto e o mais duro dos 17 grandes decretos emitidos pela ditadura nos anos que se seguiram ao golpe de Estado de 1964 no Brasil.

Além de Covas, outros políticos reagiram à fala do ministro. “Um governo de covardes”, escreveu o ex-candidato à Presidência, Fernando Haddad. Também reagiram a filosofa Marcia Tiburi e o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), que mencionou a proposta de Jair Bolsonaro em aprovar o excludente de ilicitude para forças armadas sob operações de Garantia de Lei e Ordem, uma medida para conter protestos no País. “O governo está com medo e apela à violência e ataques à democracia.”

Lula também reagiu à fala sem mencionar diretamente Guedes. “Não fomos nós que elegemos um candidato que tem ojeriza à democracia”, escreveu.

O governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) apontou uma “nova moda” em mencionar o AI-5. No mês anterior, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) disse que, caso as manifestações que ocorrem no Chile se replicassem no Brasil, o governo poderia pensar em um novo AI-5.

Na época, o General Heleno, que é Ministro do Gabinete de Segurança Institucional, disse que Eduardo deveria “estudar como fazer, como conduzir” possíveis medidas de repressão à protestos no Brasil. Ele não criticou o deputado em sua fala, ao contrário do presidente Jair Bolsonaro, que afirmou que quem falasse em AI-5 estaria “sonhando”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo