Política

Dino diz que 80% dos garimpeiros na TI Yanomami devem sair da região nesta semana

Segundo o ministro, o governo federal não irá auxiliar as pessoas a saírem do território

O ministro da Justiça, Flávio Dino. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira 6 que o governo federal estima que 80% das pessoas envolvidas no garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami deverão sair da região até o fim desta semana.

O gestão federal calcula que cerca de 15 mil pessoas envolvidas no garimpo ilegal atuavam na TI Yanomami. Segundo Dino, a saída “está ocorrendo na casa dos milhares” de garimpeiros. Para o ministro, a fase de “transição” tem sido marcada por ações humanitárias em socorro à população indígena e operações policiais.

“As investigações estão sendo feitas e continuarão. É uma situação de alta complexidade e é preciso planejamento”, observou. “O uso da força sem planejamento poderia piorar o problema em Roraima e não desejamos isso”.

Desde a última quarta-feira 1, a Força Aérea Brasileira (FAB) tem promovido o fechamento do espaço aéreo da região, restringindo o acesso a agentes autorizados.

 “A investigação em torno dos chefes dessas organizações criminosas está evoluindo”, afirmou Dino, que destacou que o foco é investigar financiadores e donos de garimpos ilegais.

Segundo o ministro, o governo não irá auxiliar na saída dos garimpeiros do território.

Dino anunciou o deslocamento de 500 agentes da Polícia Federal (PF), da Força Nacional e das Forças Armadas para participarem das ações de combate ao garimpo ilegal na TIY, auxiliando na apreensão e na destruição de equipamentos usados na prática do garimpo. Inicialmente, 100 agentes irão ao local. 

No último sábado 4, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, já tinha confirmado que garimpeiros começaram a sair da região. No domingo 5, o governo federal divulgou um vídeo mostrando a fuga.

A TI Yanomami sofre uma uma séria crise humanitária, com casos de desnutrição aguda e malária entre o povo indígena. Segundo a organização Hutukara Associação Yanomami, entre 2018 e 2022, o desmatamento resultante do garimpo ilegal aumentou 309% na região.

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