Justiça

Deputado do PT e advogados do Prerrogativas acionam PGR contra Sergio Moro

O pedido é para que a entidade comandada por Augusto Aras abre uma investigação e busque informações da Receita Federal e do Coaf sobre os valores recebidos pelo ex-juiz na consultoria dos EUA

O ex-juiz Sergio Moro. Foto: Nelson Almeida/AFP
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O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) e advogados ligados ao Grupo Prerrogativas ingressaram nesta quinta-feira 3 com uma petição contra Sergio Moro (Podemos) na Procuradoria-Geral da República.

A solicitação é para que a entidade comandada por Augusto Aras abra uma investigação e busque informações na Receita Federal e no Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, sobre os altos valores movimentados por Moro no contrato com a consultoria Alvarez & Marsal, dos Estados Unidos.

“As informações preliminares levantadas pelo Tribunal de Contas da União e os novos dados apresentados pelo próprio Sergio Moro reforçam a necessidade de um escrutínio público na relação entre Sergio Moro e Alvarez & Marsal, dada a existência de fortes indícios não apenas de um grave conflito de natureza ética, mas também de possíveis crimes contra a administração, tráfico de influência e utilização informação privilegiada”, diz um trecho da peça.

Moro divulgou recentemente ter recebido cerca de 3,7 milhões de reais para prestar consultoria para a empresa nos EUA. No balanço do período, a Alvarez & Marsal informou ter recebido 42,5 milhões de reais de empresas investigadas na Lava Jato, o valor corresponde a maior fatia do faturamento da empresa.

O documento protocolado na PGR é assinado pelo advogado Marco Aurelio de Carvalho, coordenador do Prerrogativas, e pelos advogados Fernando Hideo Lacerda, Fabiano Silva dos Santos, Lenio Streck, Gisele Cittadino, Carol Proner, Sheila Carvalho, Juvelino Strozake e Alessandra Camarano Martins, todos listados como colaboradores do grupo.

Além da PGR, a atuação de Moro é alvo de investigações no Tribunal de Contas da União, onde o ex-ministro era pressionado a divulgar os valores do seu contrato. Moro nega, no entanto, que a pressão do TCU tenha o motivado a tornar público a quantia que recebeu da consultoria.

A suspeita principal é de que Moro tenha vendido informações privilegiadas, obtidas enquanto era juiz da Lava Jato e, posteriormente, no Ministério da Justiça durante o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro. Uma CPI para apurar o caso chegou a ser cogitada no Congresso.

Confira a íntegra da peça enviada à PGR:

Moro - PGR - 28.01.2022

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