Política
Deltan diz ter recebido Pix de ‘agentes de Deus’ para pagar sua condenação por diárias da Lava Jato
‘Olha a quantidade de Pix que começaram a entrar na minha conta desde a última sexta-feira’, afirmou o ex-deputado em vídeo
O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), cujo mandato foi cassado após uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral, disse ter recebido “presentes de Deus” nos últimos dias. Trata-se de uma referência às transferências via Pix que estariam chegando à sua conta bancária.
As supostas doações teriam ocorrido após a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça estabelecer, na semana passada, a continuidade de um procedimento aberto pelo Tribunal de Contas da União para investigar possíveis irregularidades nas diárias e nas passagens utilizadas pela força-tarefa de Curitiba da Lava Jato.
Assim, estão válidas, também, as condenações impostas pelo TCU no âmbito do processo. Em 2022, a 2ª Câmara do Tribunal condenou Deltan e o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot pela “prática de atos antieconômicos, ilegais e ilegítimos, consubstanciados em condutas que, em tese, podem caracterizar atos dolosos de improbidade administrativa”. Também os condenou “solidariamente a ressarcimento ao erário de 2,83 milhões de reais.”
“Olha a quantidade de Pix que começaram a entrar na minha conta desde a última sexta-feira. Centenas e centenas de pessoas começaram a fazer Pix para a minha conta, mais uma vez, expressando solidariedade, protegendendo a minha família do mal que querem nos causar e mostrando que eu não estou sozinho”, disse o ex-procurador em vídeo publicado nas redes sociais. “Agradeço a vocês que têm sido agentes de Deus na minha vida.”
A defesa de Deltan recorreu na semana passada da decisão do TSE que levou à cassação do mandato parlamentar. Os advogados protocolaram embargos de declaração, mas as demandas ainda não foram analisadas pelo relator, Benedito Gonçalves.
Segundo a decisão unânime do Tribunal, uma “manobra” de Deltan para deixar o Ministério Público Federal e se candidatar à Câmara “impediu que os 15 procedimentos administrativos em trâmite no CNMP em seu desfavor viessem a gerar processos administrativos disciplinares, que poderiam ensejar pena de aposentadoria compulsória ou perda do cargo”.
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