O deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) desistiu de recorrer ao Supremo Tribunal Federal na tentativa de recuperar seu mandato na Câmara. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do ex-procurador da Lava Jato nesta segunda-feira 18.
A avaliação feita por Deltan é que não teria chances de reverter sua situação na Corte. Neste mês, o ministro Dias Toffoli fez graves críticas à atuação da força-tarefa da operação ao anular todas as provas obtidas no acordo de leniência da Odebrecht.
“No STF, eu seria julgado pelos mesmos ministros que cassaram meu mandato em um exercício de futurologia e pelos mesmos ministros que mataram a Lava Jato, como Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que dominam hoje na Corte”, justificou. “Eu sempre lutei por justiça, mas infelizmente não a reconheço nas decisões tomadas pela maioria do STF hoje.”
O mandato do ex-procurador foi cassado por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral, em maio.
De acordo com o relator do caso, Benedito Gonçalves, Deltan tentou manobrar a Lei da Ficha Limpa para impedir que procedimentos administrativos de que era alvo no Conselho Nacional do Ministério Público resultassem em punições como aposentadoria compulsória ou inelegibilidade.
Na semana passada, o TSE rejeitou um recurso apresentado pela defesa de Deltan contra a decisão que levou à sua cassação. Mesmo com a desistência, o ex-deputado disse que planeja continuar na política.
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