Defesa de Bolsonaro nega desvios e coloca movimentação bancária à disposição da Justiça

Operação contra aliados lança uma nova suspeita na já extensa lista de acusações contra o ex-presidente

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Evaristo Sá/AFP

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A defesa de Jair Bolsonaro (PL) negou nesta sexta-feira 11 que o ex-presidente tenha se envolvido no esquema de desvio de presentes recebidos em viagens oficiais do governo.

Os advogados de Bolsonaro afirmaram ainda que as suas contas bancárias estão “à disposição do Poder Judiciário” e que “Bolsonaro jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos”.

“A defesa do Presidente Jair Bolsonaro voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU — ainda em meados de março, p.p. —, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito”, disse o comunicado.

A PF cumpriu sexta-feira 11 quatro mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ex-ajudantes de Bolsonaro e outros aliados, como o advogado do clã Frederick Wassef.

O órgão entende que a tentativa de vender itens recebidos em viagens oficiais está diretamente ligada ao uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens.

Ao autorizar a operação, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, citou a existência de “fortes indícios de desvio de bens de alto valor patrimonial” .


Foram alvos da ação:

  • o general do Exército Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
  • o segundo-tenente do Exército Osmar Crivelatti, braço direito de Mauro Cid;
  • o advogado Frederick Wassef, que defendeu a família Bolsonaro em diversos processos.

Quebra de sigilo

A PF pediu ao STF a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Bolsonaro. A corporação também deseja ouvir no inquérito o ex-presidente e a ex-primeira dama Michelle.

Embora a operação deflagrada pela PF nesta sexta-feira não tenha Bolsonaro como um de seus alvos formais, ele está implicado em diversos trechos de um relatório enviado pela corporação ao Supremo.

A operação contra aliados de Bolsonaro lança uma nova suspeita na já extensa lista de acusações das quais o ex-presidente tenta se livrar: a de que ele embolsou dinheiro vivo proveniente da venda irregular de objetos que, por seu valor, deveriam ser do Estado brasileiro.

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