Política

Debate no SBT: Haddad e Tarcísio escolhem Rodrigo como alvo preferencial das críticas

Em um dos contra-ataques, o tucano afirmou que o bolsonarista ‘chegou agora’ ao estado

Debate promovido pelo SBT entre candidatos ao governo de São Paulo. Foto: Reinaldo Campos
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O debate entre candidatos ao governo de São Paulo promovido pelo SBT neste sábado 17 teve como marca uma ofensiva contra o governador e candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB). Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) priorizaram confrontos com o tucano, a exemplo do que ocorreu no encontro da TV Cultura, na terça 13.

Em um dos embates, Haddad afirmou que Rodrigo “esconde” apoiadores, como o ex-governador João Doria (PSDB).

“Você participou da gestão do [Celso] Pitta, da gestão do [Gilberto] Kassab e agora da gestão do Doria, seguramente os três piores da história de São Paulo. E você esconde as pessoas que te apoiaram. Agora mesmo está atacando o Kassab, que andou com você por mais de 20 anos. Eu não escondo apoiador”, disse o petista.

Rodrigo respondeu estar no cargo há cinco meses e provocou o ex-prefeito da capital paulista ao dizer que não pergunta “a padrinho político ou candidato à Presidência o que tenho de fazer para defender a população de São Paulo”.

No debate da TV Cultura, Rodrigo já havia adiantado que não se pronunciaria sobre “Bolsonaro, Doria e candidatos” por, supostamente, não ter “padrinho político”.

O duelo com Rodrigo também foi destaque na estratégia de Tarcísio. Ambos disputam uma vaga no segundo turno contra Haddad, conforme as pesquisas de intenção de voto.

Em uma tentativa de contra-ataque a Tarcísio, o governador ressaltou o fato de o bolsonarista não ter construído sua carreira política em São Paulo. Naquele momento, o candidato de Jair Bolsonaro (PL) criticava a atual gestão estadual na educação.

“Duvido de que você conheça algumas escolas do estado. Você chegou agora aqui, está decorando tudo, correndo, estudando para ver se consegue se dar bem em debate”, rebateu Rodrigo. “Você não conhece, não viveu São Paulo. Quem vive São Paulo sabe do esforço que a gente faz aqui para melhor a educação.”

Os dois também se colocaram em lados opostos ao discutirem o uso de câmeras em uniformes de policiais.  Tarcísio defendeu “reavaliar” e “revisar” a instalação dos equipamentos.

“Quero que o policial esteja em condição de igualdade com o bandido, quero que o policial tenha vantagem, respaldo do Estado. O bandido tem de perceber que a polícia tem respaldo. É importante olhar para o policial com cuidado, porque ele veste a farda para nos proteger.”

Rodrigo avaliou que “a câmera filma o bandido e protege o policial” e se comprometeu a “ampliar as câmeras nos uniformes da polícia em São Paulo”. Segundo ele, “a experiência é positiva para aumentar a proteção das famílias do estado”.

O governador também tentou marcar uma distinção com Tarcísio em relação às mulheres, a fim de ampliar a rejeição ao bolsonarista nesse segmento.

Enquanto isso, para assinalar suas diferenças com Rodrigo, Haddad defendeu uma política de corte de impostos sobre produtos essenciais e uma valorização do salário mínimo no estado.

“Vou acabar com o ICMS sobre a carne e sobre os produtos da cesta básica, vou aumentar o salário mínimo paulista, repondo todas as perdas do governo Doria/Garcia, para 1.580 reais, e vou recuperar o Minha Casa, Minha Vida com o presidente Lula”, disse o petista. “Estamos vivendo uma situação econômica em que se pensa pouco na base da pirâmide e muito no andar de cima.” Em uma réplica, Tarcísio afirmou que “de fato é necessário tirar os impostos da cesta básica”.

Contra Haddad, Rodrigo relembrou a vitória de Doria na eleição para a Prefeitura de São Paulo em 2016. Naquela oportunidade, o petista buscava o segundo mandato, mas perdeu no primeiro turno. Também acusou o adversário de ser conivente com o crime e com invasões de terras e de prédios. “Aqui é tolerância zero contra o crime”, alegou.

Uma pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira 15 aponta que Haddad mantém a liderança da corrida ao governo de São Paulo.

Na comparação com a rodada de 1º de setembro, o petista oscilou de 35% para 36%. Tarcísio oscilou de 21% para 22%, enquanto Rodrigo cresceu de 15% para 19%. Tarcísio e Rodrigo aparecem tecnicamente empatados.

Na projeção de segundo turno, Haddad venceria Tarcísio por 54% a 36% e bateria Rodrigo por 47% a 41%.

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