De um lado, o papa, Chico Buarque, Gil, Mano Brown. Do outro…

A carta do papa fez refletir: o que defendem os que apoiam o governo responsável pela prisão de Lula?

Apoie Siga-nos no

Parece que a mobilização pelo Lula Livre ganhou, nesta terça-feira 29, mais um adepto: o papa Francisco. Após enviar uma carta ao ex-presidente dizendo ‘lamentar’ as duras provas pelas quais foi submetido, como a morte do irmão e do neto, o pontífice sinalizou pertencer a um grupo diverso que reconhece a prisão política de Lula, dada há mais de 1 ano.

Chico Buarque, que acabou de ganhar um Camões – um dos mais importantes prêmios da literatura mundial -, é um dos que defende o ex-presidente. Une-se a Gilberto Gil e Mano Brown. Caetano Veloso e Ana Cãnas. Criolo, Mia Couto e Camila Pitanga. Muitos deles são assinantes do Manifesto Lula Livre, documento divulgado que antecede a segunda edição do festival temático para pressionar sobre a liberdade do ex-presidente.

Chico Buarque e Gilberto Gil no Festival Lula Livre de 2018. Nova edição acontece em São Paulo no próximo domingo, 2 de junho

Do outro lado, Sergio Moro continua sua escalada articulada no ministério da Justiça – com promessas escusas de uma cadeira no Supremo Tribunal Federal – depois de garantir que Lula não seria candidato nas eleições de 2018.

Processos sem provas contundentes e até mesmo cópias de julgamentos já entraram no que a historiografia contemporânea vai levar um tempo para digerir e entender.


Apesar do fogo anunciado no manicômio – a suspeita de envolvimento com milícias, as candidaturas laranjas do PSL, o desenrolar do envolvimento de Flavio Bolsonaro e Fabrício Queiroz em esquemas criminosos, a piora nos índices econômicos e a falta de articulação no Congresso -, ainda persistem, aos trancos e barrancos, os apoiadores do presidente.

As últimas manifestações a favor do governo, além de não superarem os estudantes nas ruas em defesa da educação, mostraram a face mais radical do bolsonarismo brasileiro. Ao pedirem o fechamento do Supremo Tribunal Federal, dizem a que vieram: para finar os poderes e instaurarem o totalitarismo.

Para os apoiadores de Lula, dar liberdade ao preso político mais popular do Brasil significa voltar a dar significado para a democracia brasileira.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.