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Política

Dallagnol se filiará ao Podemos e concorrerá à Câmara em 2022, confirma Álvaro Dias

A tendência é de que a cerimônia de filiação ocorra em dezembro; Dallagnol e Moro atuarão em conjunto também na política

O procurador Deltan Dallagnol. Foto: Heuler Andrey/AFP
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O senador Álvaro Dias (PR) confirmou que seu partido, o Podemos, filiará Deltan Dallagnol, ex-procurador-chefe da Lava Jato, de olho na eleição para a Câmara dos Deputados em 2022.

“Dallagnol fará uma votação histórica para deputado federal no Paraná pelo Podemos”, disse Dias nesta quinta-feira 11 em entrevista ao UOL. “Ele será candidato.”

Álvaro Dias ainda declarou que a tendência é de que a filiação ocorra em dezembro.

Dallagnol confirmou em 4 de novembro a decisão de renunciar ao cargo no Ministério Público Federal. Em vídeo publicado nas redes sociais, adotou um tom de candidato ao projetar os próximos passos.

“Eu tenho várias ideias sobre como posso contribuir e serei capaz de avaliar, refletir e orar sobre essas ideias depois de sair do Ministério Público. Assim que essas ideias se concretizarem em planos e ações, eu vou compartilhar com vocês aqui’, disse Dallagnol.

A série de reportagens Vaza Jato já mostrou que Dallagnol não escondia o desejo de concorrer em eleições. Matéria publicada em setembro de 2019 pelo site The Intercept Brasil apresentou diálogos em que o então procurador-chefe da Lava Jato mencionava a pretensão de se lançar ao Senado.

Em mensagens trocadas em um chat com ele mesmo no Telegram, Dallagnol chegou a se considerar “provavelmente eleito”. Ele avaliou também que a mudança que desejava apresentar ao Brasil dependeria de “o MPF lançar um candidato por estado”.

“Tenho apenas 37 anos. A terceira tentação de Jesus no deserto foi um atalho para o reinado. Apesar de em 2022 ter renovação de só 1 vaga e de ser Álvaro Dias, se for para ser, será. Posso traçar plano focado em fazer mudanças e que pode acabar tendo como efeito manter essa porta aberta”, escreveu, em 29 de janeiro de 2018, a si próprio.

Agora, Dallagnol tende a se juntar, também na política, ao ex-juiz Sergio Moro, que se filiou ao Podemos na última quarta-feira 10.  Na cerimônia, em Brasília, Moro discursou como pré-candidato à Presidência ao criticar os principais adversários, o ex-presidente Lula e Jair Bolsonaro, a quem serviu como ministro da Justiça e da Segurança Pública.

Sobre o petista, o ex-juiz classificou a Operação Lava Jato como “um momento histórico”. “Quebramos a impunidade da corrupção. Pela primeira vez gente poderosa pagou pelos crimes”, alegou.

Já em relação ao ex-capitão, o ex-ministro declarou que sua vontade era de continuar no cargo. “Quando aceitei [ser ministro], eu acreditava na missão de combater a corrupção, mas o apoio do governo foi negado. Vi meu trabalho boicotado e continuar seria uma farsa. Não existe nenhum cargo que valha a alma de uma pessoa.”

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