Política
Curitiba tem o ‘germe do fascismo’ e gerou Bolsonaro, diz Gilmar Mendes
Pelas redes, Moro rebateu as declarações do ministro
O ministro Gilmar Mendes voltou a criticar o atual senador Sergio Moro (União Brasil) enquanto ex-juiz da Operação Lava Jato de Curitiba.
Em participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, o ministro do Supremo Tribunal Federal relacionou a postura equivocada dos integrantes da força-tarefa de Curitiba com a ascensão da extrema-direita no País.
“Curitiba gerou Bolsonaro. Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as práticas que desenvolvem. Investigações a sorrelfa e atípicas. Não precisa dizer mais nada. Não é por acaso que os procuradores dizem, por uma falta de cultura, que aplicaram o Código Processual Russo”, afirmou o magistrado.
Gilmar ainda relembrou que mensagens vazadas pela operação que ficou conhecida como Vaza Jato mostram que os rumos do processo envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) eram combinadas entre os procuradores e o juiz do caso, Sergio Moro.
Após analisar a troca de mensagens entre os integrantes da força-tarefa, o STF considerou que moro por parcial durante o julgamento das ações que envolviam o presidente e anulou todas as decisões do agora senador.
O ministro também acusa Moro de influenciar as eleições no País.
“Moro vaza a delação de Palocci entre o primeiro e o segundo turno de 2018. Participa, portanto, do processo. Assume posição a favor da extrema-direita”, disse.
Pelas redes sociais, Moro reagiu às declarações do ministro.
“Não tenho a mesma obsessão por Gilmar Mendes que ele tem por mim. Combati a corrupção e prendi criminosos que saquearam a democracia. Não são muitos que podem dizer o mesmo neste país”, escreveu Moro.
Na semana passada, Moro foi filmado fazendo uma relação jocosa entre o ministro Gilmar Mendes e a venda de decisões judiciais.
Após o vídeo viralizar nas redes, Gilmar acionou a Procuradoria-Geral da União contra o senador, que deverá explicar as acusações contra o ministro.
Nas redes, o ex-procurador responsável pela Lava Jato, o deputado federal Deltan Dallagnol defendeu Moro e acusou Gilmar de não defender o combate à corrupção.
“Enquanto procura falhas na Lava Jato, o ministro tenta coar agulhas, mas engole camelos, votando sistematicamente em favor da absolvição e anulação de sentenças de corruptos, contra os votos técnicos de ministros como Edson Fachin”, publicou.
Gilmar Mendes nunca respeitou a liturgia do cargo, vedações da lei da magistratura, regras de suspeição, distanciamento dos réus nem compreendeu o papel do combate à corrupção para a preservação da democracia.
Enquanto procura falhas na Lava Jato, o ministro tenta coar agulhas,…
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) May 9, 2023
Na tarde desta terça, Gilmar também usou as redes para detalhar suas críticas à Lava Jato. “Ontem, em entrevista ao Roda Viva, usei uma metonímia que merece explicitação. Jamais quis ofender o povo curitibano. Não foi Curitiba o gérmen do facismo; foi a assim chamada ‘República de Curitiba’ (Operação Lava-Jato e os juízes responsáveis por ela na capital paranaense)”, escreveu.
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