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Em livro, Emílio Odebrecht acusa Lava Jato de criar ‘fábrica de delações’ e Moro de ‘tortura psicológica’

O engenheiro diz que a operação, comandada pelo então ministro da Justiça Sergio Moro, e pelo procurador Deltan Dallagnol, incentivava blitz de madrugada nas celas dos executivos da construtora

SERGIO MORO E DELTAN DALLAGNOL. FOTOS: ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL E MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
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O empresário Emílio Odebrecht acusa a Operação Lava-Jato de criar uma “fábrica de delações” para forjar provas. A acusação consta em seu livro de memórias “Uma guerra contra o Brasil, como a Lava Jato agrediu a soberania nacional, enfraqueceu a indústria pesada brasileira e tentou destruir o grupo Odebrecht”, publicado pela Topbooks Editora, e ao qual o Estado de S. Paulo teve acesso.

No livro, o engenheiro diz que a operação, comandada pelo então ministro da Justiça Sergio Moro, e pelo procurador Deltan Dallagnol, incentivava blitz de madrugada nas celas dos executivos da construtora Odebrecht na Polícia Federal, em Curitiba, para, segundo ele, humilhar os prisioneiros, forçar depoimentos e, assim, manter um fluxo de operações.

O empresário assegura que Moro promovia “tortura psicológica”, além de cometer erros jurídicos para garantir sentenças rápidas. Emílio cita o seu caso como exemplo. Ele foi alvo da operação Lava Jato, condenado por lavagem de dinheiro e chegou a assinar um acordo de delação premiada, mas a ação foi anulada posteriormente por erros processuais e pela parcialidade de Moro, no caso. O caso então foi prescrito.

Emílio diz que sua sentença, no entanto, foi dada por Moro apenas três minutos depois de o juiz receber uma apelação de 1400 páginas enviada pela defesa dos presos. O filho do empresário, Marcelo Odebrecht, também chegou a ser preso pela operação, e a sua condenação, destaca no livro, ocorreu apenas nove meses após a sua prisão.

Procurado pela reportagem, o senador Sergio Moro disse que não ia comentar o caso.

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