Política

CPMI do 8 de Janeiro deve ouvir general e ex-diretora do Ministério da Justiça

A convocação de Gustavo Henrique Dutra de Menezes é fruto de uma articulação de bolsonaristas

O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes. Foto: Divulgação/Exército Brasileiro
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Após a semana de feriado, a CPMI do 8 de Janeiro retomará os trabalhos nos próximos dias, com depoimentos agendados.

Na terça-feira 12, a comissão deve ouvir Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça sob o governo de Jair Bolsonaro. Ela é apontada pela Polícia Federal como a responsável por entregar ao então ministro Anderson Torres um mapa de votação do primeiro turno das eleições de 2022.

Alencar também trabalhou como subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, subordinada a Torres, no início de 2023.

“A Sra. Marília também foi responsável pelo mapeamento dos locais de votação em que os candidatos à Presidência da República tiveram mais votos no primeiro turno, e que esse levantamento foi solicitado por Anderson Torres, o que serviu para a PRF estruturar bloqueios no Nordeste para veículos de eleitores que se deslocavam para o 2º turno”, diz um dos requerimentos de convocação, apresentado pelo deputado Rafael Brito (MDB-AL).

No entanto, o ministro do Supremo Tribunal Federal Kassio Nunes Marques concedeu a Alencar o direito de faltar à sessão. Caso compareça, ela não terá a obrigação de dizer a verdade no depoimento.

Na quinta-feira 14, a CPMI ouvirá o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-comandante do Comando Militar do Planalto. Ele chefiava o órgão durante os ataques terroristas à Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de Janeiro.

A convocação do militar é resultado da articulação de bolsonaristas que integram a comissão.

“Note-se que ele exercia o cargo de comandante do Comando Militar do Planalto, a quem compete realizar a Segurança Presidencial e Guarda Militar da sede da Presidência da República. Cumpre lembrar que se subordina ao referido Comando o Batalhão da Guarda Presidencial, cujo rol de atribuições envolve, em linhas gerais, zelar pela segurança das sedes do Poder Executivo federal”, diz o requerimento protocolado pelo deputado Delegado Ramagem (PL-RJ).

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