Política

CPI da Covid vai votar na quarta convocação de governadores e prefeitos

Anúncio foi feito pelo presidente da Comissão, Omar Aziz; nomes dos gestores não foram detalhados

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou na noite desta segunda-feira, 24, que o colegiado vai votar na próxima quarta-feira 26 requerimentos para a convocação de “pelo menos” nove governadores e 12 prefeitos e ex-prefeitos.

“Estados e capitais onde a PF investiga suspeitas de desvio de recursos de combate à Covid”, esclareceu o senador em seu Twitter, após uma reunião com líderes da comissão parlamentar.

Os nomes dos gestores estaduais e municipais, contudo, não foram detalhados.

 

A convocação de governadores e prefeitos é uma bandeira do governo federal para tentar enfraquecer os questionamentos sobre a postura do governo Jair Bolsonaro durante a pandemia.

A possibilidade de inquirir chefes de Executivos de Estados e municípios na CPI, inclusive, foi uma tônica do debate político antes da instalação do colegiado, feita pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), após ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.

Pacheco definiu, à época, que a CPI poderia investigar governadores e prefeitos dentro de suspeitas de desvio de recursos enviados pelo Palácio do Planalto para o combate à Covid.

Capitã cloroquina

A CPI da Covid retoma seus trabalhos nesta terça-feira 25 com o depoimento da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”.

Defensora do uso de medicamentos sem a eficácia comprovada para tratar a Covid-19, Mayra foi citada pela maioria das pessoas que ocuparam a cadeira de testemunha do colegiado como alguém próxima ao presidente Jair Bolsonaro – e que pode tê-lo aconselhado em temas relacionados à questão da pandemia.

Mayra deve ser questionada pelos senadores sobre sua defesa de medicamentos como a Cloroquina para o tratamento da covid, e sobre sua possível participação em um “ministério paralelo” ao Ministério da Saúde, que aconselhava o presidente sobre questões relacionadas à pandemia.

A médica comparece à CPI na posição de convidada – apesar de senadores da oposição terem discutido que ela fosse convocada como testemunha. A doutora, contudo, pleiteou no Supremo Tribunal Federal (STF) um Habeas Corpus para garantir o direito de permanecer em silêncio em perguntas que pudessem a autoincriminar, como o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, no entanto, o pedido foi negado pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Outro tema que deve ser abordado pelos integrantes do colegiado, é a participação da doutora na produção do aplicativo TrateCov. O aplicativo recomendava o uso de antibióticos, cloroquina, ivermectina e outros fármacos para náusea e diarreia ou para sintomas de uma ressaca, como fadiga e dor de cabeça, inclusive para bebês.

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