Economia

Conselho vai analisar nomes indicados pelo Centrão para 7 vice-presidências da Caixa

Ao menos três vice-presidentes foram indicados diretamente pelo PP; integrantes do PL de Jair Bolsonaro abocanharam a vice-presidência de Negócios de Varejo

O presidente Lula e os presidentes do Congresso, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Foto: Evaristo Sá/AFP
Apoie Siga-nos no

O Conselho de Administração da Caixa Ecônomica Federal deve analisar nesta terça-feira os nomes dos setes novos vice-presidentes do banco, todos indicados pelo Centrão em troca do apoio ao governo Lula (PT) no Congresso Nacional. Os cargos foram partilhados entre PP, PL e Republicanos.

A aprovação pelo colegiado abre caminho para que a nomeação seja publicada no Diário Oficial da União. No total, a Caixa tem 12 vice-presidências – entre integrantes da instituição existem conversas sobre a criação de mais uma, a vice-presidência de Sustentabilidade.

O documento que oficializou as indicações só foi concluído na semana passada, segundo integrantes do governo, dois meses após a nomeação de Carlos Vieira para a presidência do banco.

Ao menos três vice-presidentes foram indicados diretamente pelo PP. São eles: Pedro Emírio de Almeida Filho na vice-presidência Agente Operador; Marcelo Campos Prata em Logística, Operações e Segurança; e Tarso Duarte de Tassis com Atacado.

Funcionário de carreira da instituição, o pernambucano Laércio Roberto Lemos de Souza é outro nome que conta com aval do PP e do Republicanos para a vice-presidência Tecnologia e Digital.

Durante as negociações, integrantes do PL de Jair Bolsonaro pleitearam o nome de Paulo Rodrigo de Lemos Lopes para a vice-presidência de Negócios de Varejo. Já Francisco Egídio Pelúcio Martins na vice-presidência de Pessoas é de indicação do PDT.

Por fim, a vice-presidência de Rede de Varejo ficará com Adriano Assis Matias, uma indicação pessoal do presidente da Caixa.

As trocas no banco foram negociadas junto com a reforma ministerial que alçou André Fufuca (PP) ao comando do Ministério do Esporte. A reestruturação visava azeitar a relação do Planalto com a bancada do Centrão e angariar votos das siglas em pautas importantes para o governo.

Caciques chegaram a afirmar à época que as conversas envolviam a entrega da Caixa de “porteira fechada” ao grupo político de Lira – no fim das contas, as mudanças acabaram por contemplar outros partidos, a exemplo do PL.

Até aqui, contudo, a demora na oficialização dos nomes foi alvo de muita reclamação entre os parlamentares, que chegaram a ameaçar pautas importantes do governo caso as demandas não fossem atendidas.

Isso se deveu, principalmente, à resistência do Planalto em ceder dois postos considerados estratégicos à estatal: a vice-presidência de Habitação, hoje sob a batuta da ex-ministra Inês Magalhães, um nome ligado a setores do PT; e a vice-presidência de Governo, que tem à sua frente um apadrinhado do senador Rodrigo Pacheco (PSD).

Um acordo entre a articulação política e a cúpula da Câmara acabou por solucionar o impasse e abriu caminho para que as trocas fossem efetivadas.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo