Política
Conselho rejeita suspensão de Daniel Silveira em caso de ameaça a manifestantes
O parlamentar já soma oito meses de suspensão da Câmara em relação a outros casos que respondia, como de ataques aos ministros do STF


O Conselho de Ética da Câmara rejeitou a suspensão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) por três meses, no caso em que ele é acusado de quebra de decoro parlamentar por ameaçar manifestantes contrários ao governo de Jair Bolsonaro.
Em um vídeo publicado em maio do ano passado pelo parlamentar nas redes sociais, Silveira disse haver policiais armados nas manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro. “Até que vocês vão pegar um polícia zangado no meio da multidão, vão tomar um no meio da caixa do peito, e vão chamar a gente de truculento”, disse no vídeo. Foram 10 votos contrários ao parecer da relatora deputada Rosa Neide (PT-MT), e 9 favoráveis.
Com a rejeição, um novo relator foi escolhido, o deputado Diego Garcia (Podemos-PR), que sugeriu como punição uma censura escrita. Esse parecer foi aprovado por 11 votos a 5.
Esse foi o último de três pareceres a serem votados contra Silveira. No caso em que ele é acusado de fazer ataques aos ministros do Supremo, mesmo motivo pelo qual o parlamentar foi preso em flagrante em fevereiro, foram 12 votos a favor da suspensão por seis meses e 8 contra. Em um outro caso, referente a uma gravação feita sem autorização de uma reunião do PSL, ele foi suspenso por dois meses.
Ao todo, as sentenças aprovadas somam oito meses de suspensão. O regimento da Câmara tem previsão de um afastamento máximo de seis meses, por isso, o presidente do Conselho de Ética, Paulo Azi (DEM-BA), irá fazer uma consulta à Mesa Diretora da Casa para saber se será possível somar os meses, ou não.
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