Política

Como Marina pretende atrair eleitores de Ciro e Simone para a candidatura de Lula

Para a ex-ministra, ainda há uma parcela significativa de brasileiros ‘iludidos com o bolsonarismo’ que podem ser convencidos pela campanha do PT

Como Marina pretende atrair eleitores de Ciro e Simone para a candidatura de Lula
Como Marina pretende atrair eleitores de Ciro e Simone para a candidatura de Lula
Foto: Ricardo Stuckert
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A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede), que formalizou o seu apoio a Lula (PT) nesta segunda-feira 12, explicou como pretende convencer eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) a votar no petista já no primeiro turno. As declarações ocorreram em coletiva de imprensa realizada em São Paulo, na qual ela apresentou um documento batizado de Resgate Atualizado da Agenda Ambiental Perdida, com propostas para integrar o plano de governo de Lula.

O primeiro passo, diz Marina, é não tratar estes eleitores como ‘fixos’, com sua opção eleitoral já definida. Para ela, todos os brasileiros, mesmo aqueles que dizem votar em Jair Bolsonaro (PL), podem ser convencidos nos próximos dias a mudar de posição.

“Acho que a abordagem mais correta é a gente dizer como vai ganhar os votos dos cidadãos brasileiros, porque até a urna se fechar, não existe um voto fixo do Lula ou um voto fixo do Ciro e da Simone… E eu espero ainda mais que não exista um voto fixo de Bolsonaro”, explicou.

Para ela, há uma parcela significativa de brasileiros ‘iludidos com o bolsonarismo’ e que podem ser trazidos para o eleitorado de Lula.

“Acho que a gente pode, sim, ganhar muitos votos daqueles que não são bolsonaristas, mas que estão iludidos com a ideia de que Bolsonaro possa ser alguma alternativa para o Brasil”, destacou. “Vou tratar com muito respeito as candidaturas e me dirigir, como disse, ao povo brasileiro.”

Ela reforçou ainda ver na candidatura de Lula ‘a melhor opção’ para derrotar o ex-capitão neste momento e que, por isso, se propôs a superar um afastamento político que se arrastava desde 2014.

“Quando terminou a eleição de 2010, me perguntaram o que eu faria com aquele capital político de 19 milhões de votos. Eu disse que a primeira coisa era não tratar como capital, porque o capital você privatiza para você e o voto você não privatiza, o voto é do cidadão. Então, é sempre tratar isso como legado.”

Segundo ela, o caminho é “fazer com que esse legado todo possa ser multiplicado na candidatura que eu entendo que reúne as melhores condições de derrotar Bolsonaro e colocar um freio no bolsonarismo”.

Na conversa, ela disse ainda que seu papel na campanha de Lula será semelhante ao que cumpre na aliança com Fernando Haddad (PT), candidato ao governo de São Paulo: além de ajudar a construir o plano de governo, abrir seus canais de comunicação.

Ao fim da resposta de Marina, Lula, que estava ao seu lado na entrevista, também tratou do assunto. “Na campanha, para ela me ajudar, primeiro ela pode pedir voto para ela, que é candidata a deputada federal. Então, quem ainda não tiver candidato pode até sair daqui compromissado.”

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