Comissão do Senado aprova convite para que Campos Neto explique a alta taxa de juros

Requerimento foi feito pelo presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, Vanderlan Cardoso; em reunião na manhã de hoje, comissão aprovou, também, convite para que pessoas ligadas ao caso da Americanas prestem informações

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Foto: Raphael Ribeiro/BCB

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A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, em reunião realizada na manhã desta terça-feira 14, um convite para que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, compareça ao Senado para explicar a taxa básica de juros no país, que, atualmente, está em 13,75%. Os parlamentares sugeriram que Campos Neto compareça no dia 4 de abril.

O requerimento para que o presidente do BC vá ao Senado foi feito pelo presidente da CAE, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), que foi eleito para o cargo no último dia 8

Na reunião de hoje, o senador disse que o atual patamar dos juros “tem gerado muito debate na área econômica sobre a obrigação do Banco Central em reduzir esse índice”. 

“Quando a taxa Selic aumenta, o acesso ao dinheiro pela população, tanto por linhas de crédito, empréstimos e financiamentos, fica reduzido. Assim, o consumidor deixa de fazer gastos maiores para poupar no período de alta inflacionária”, afirmou Vanderlan Cardoso. Ele disse, também, que Campos Neto já tinha se colocado à disposição para comparecer na Comissão.

Desde que assumiu a presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem feito críticas ao patamar elevado dos juros no país. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, questionou, em entrevista na última sexta-feira 10, a viabilidade de uma “política fiscal saudável com juros que derrubam a arrecadação“.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o órgão que define a taxa de juros no país, será nos dias 21 e 22 de março.


A Comissão também aprovou requerimento do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), em que pede explicações sobre o erro bilionário na compilação dos dados do fluxo cambial.

“É importante que o presidente do BC esclareça as circunstâncias que permitiram a ocorrência e a permanência desse erro”, disse o parlmentar. “Por suas características, é bem possível que haja graves insuficiências nos controles internos da instituição, o que é especialmente preocupante dada a elevada importância do Banco Central na economia brasileira”.

Caso Americanas

Na reunião de hoje, a CAE aprovou, também, um convite para que pessoas envolvidas no caso da Americanas compareçam ao Plenário do Senado para prestar informações sobre a dívida da empresa. A dívida envolve bancos públicos O rombo, até o momento, supera os 40 bilhões de reais. As investigações buscam saber se a dívida diz respeito a um caso de fraude fiscal.

A comissão decidiu convidar os ex-presidentes da companhia, Sergio Rial e Miguel Gomes Gutierrez, além dos os ex-diretores José Timotheo de Barros, Anna Christina Ramos Saicali e Marcio Cruz Meirelles.

A CAE convidou, também, Isaac Sidney Menezes Ferreira, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), e João Pedro Barroso do Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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