Justiça
CNJ intima desembargador do TRF-4 a prestar esclarecimentos após reclamação de Tacla Duran
Segundo o advogado, Loraci Flores de Lima teria cometido ‘desvios funcionais’ em julgamentos da Lava Jato


O corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, determinou que o desembargador Loraci Flores de Lima, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, preste esclarecimentos no âmbito de uma reclamação disciplinar apresentada pelo advogado Rodrigo Tacla Duran.
Segundo Duran, Flores de Lima teria cometido “desvios funcionais” por participar de julgamentos de recursos da Lava Jato “mesmo sabendo-se manifestamente impedido”.
O impedimento, sustenta o advogado, decorreria do fato de o desembargador ser irmão do delegado da Polícia Federal Luciano Flores de Lima, profissional que trabalhou na operação.
Duran diz ainda que o delegado mantém um “sólido vínculo de amizade e de confiança” com o ex-juiz Sergio Moro, um desafeto de Duran.
A reclamação disciplinar pede o afastamento do desembargador, a redistribuição de processos da Lava Jato, a abertura de um procedimento de apuração contra Flores de Lima e a realização de uma correição extraoridnária nos gabinetes dos desembargadores da 8ª Turma do TRF-4.
Loraci Flores de Lima tem dez dias para prestar os esclarecimentos. A decisão foi assinada por Salomão em 14 de julho.
Em maio, o desembargador se declarou impedido de julgar o caso do ex-ministro Antonio Palocci, e o processo passou a correr sob o comando de Thompson Flores.
O impedimento ocorreu porque Luciano Flores participou do inquérito instaurado para “apurar possível ocorrência de delito de lavagem de dinheiro em relação à empresa Projeto Consultoria, pertencente a Antonio Palocci”.
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