Política

Celular do braço direito de Bolsonaro tem detalhes de planos para um golpe, diz revista

Os novos capítulos sobre a conspiração vêm à tona dias antes de o TSE julgar uma ação que pode tornar o ex-presidente inelegível

Jair Bolsonaro e Mauro Cid. Foto: Secom
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O celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), contém detalhes da trama para aplicar um golpe de Estado no Brasil, a envolver o afastamento de ministros do Supremo Tribunal Federal e o início de uma nova intervenção militar. As mensagens e os documentos foram publicados pela revista Veja.

Um dos documentos revelados era intitulado Forças Armadas como poder moderador. Trata-se, mais uma vez, de uma interpretação da Constituição segundo a qual os militares poderiam ser convocados a intermediar um conflito entre Poderes.

O passo a passo golpista descrito pelo arquivo previa que Bolsonaro encaminhasse ao comando das Forças Armadas um relato de supostos atos inconstitucionais do Judiciário. Se a demanda fosse aceita pela caserna, um interventor seria nomeado e fixaria um prazo para o “restabelecimento da ordem constitucional”. Poderia ser de um mês, um ano ou mais.

Nesse período, o interventor suspenderia decisões que julgasse inconstitucionais – a diplomação de Lula (PT), por exemplo – e afastaria ministros do STF. Esse roteiro do golpe compõe um relatório de 66 páginas produzido pela Diretoria de Inteligência da Polícia Federal.

Segundo a revista, os investigadores encontraram no celular de Cid outro documento, a avaliar até a decretação de estado de sítio, com ataques ao ministro Alexandre de Moraes. Os autores dos textos não são identificados.

Os novos detalhes sobre a conspiração vêm à tona dias antes de o Tribunal Superior Eleitoral julgar uma ação que pode levar à inelegibilidade de Bolsonaro. Na próxima quinta-feira 22, os ministros se debruçarão sobre o processo que apura a reunião promovida pelo ex-capitão com embaixadores em julho de 2022 para disseminar notícias falsas sobre o sistema eleitoral.

Em abril, o Ministério Público Eleitoral se manifestou a favor da inelegibilidade de Bolsonaro. A peça foi assinada pelo vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco.

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